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Volume 52 - 10/06/11

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Qual a causa do comportamento dos organismos na relação organismo / ambiente? (pergunta de estudante de Psicologia, Salvador – BA)

A palavra comportamento designa as ações de um organismo em uma relação de intercâmbio entre organismo-ambiente (Rose, 2001). As relações entre o indivíduo e seu ambiente são chamadas as contingências de reforçamento, que são relações de dependência entre eventos ambientais ou entre eventos comportamentais e ambientais (Catania, 1993; Skinner, 1953, 1969; Todorov, 1985, citados por Souza, 2001). As contingências de reforçamento determinam as ações do indivíduo e assim, são as “causas” dos comportamentos dos organismos.  Na concepção operante não se fala em “causas” (por isso o termo entre aspas), mas em seleção dos comportamentos pelas consequências. O termo causa deriva do modelo mecanicista de explicação dos fenômenos naturais. O termo seleção deve sua origem ao modelo darwiniano, transposto o conceito de seleção dos organismos, para seleção dos comportamentos.

            Quando analisamos contingências, que são “probabilidades condicionais que relacionam alguns eventos a outros” (Catania, 1999, p. 394), estamos descrevendo algumas das possíveis variáveis que estão controlando determinada resposta.  Ao analisarmos o comportamento de alguém, selecionamos apenas algumas variáveis que podem explicar a ação da pessoa. Não temos acesso às inúmeras variáveis que operam sob um indivíduo simultaneamente e por isso, fazemos um recorte e evidenciamos o que consideramos relevante para a explicação do comportamento.

O termo comportamento abrange tanto as ações respondentes, como as operantes. Os respondentes são comportamentos reflexos do organismo que foram selecionados ao longo da evolução (seleção natural) da espécie.  É uma relação de dois termos (estímulo antecedente – resposta reflexa): uma pessoa que encosta em uma panela quente (evento antecedente), rapidamente experiencia dor ao mesmo tempo em que se afasta da superfície com o movimento da musculatura (respostas reflexas). Ao longo da evolução da espécie, comportamentos de distanciamento de estímulos que eliciam dor foram selecionados. No exemplo, o fato da pessoa fazer parte da espécie e ter entrado em contato com um estímulo que produziu dor são as contingências de reforçamento que explicam o comportamento de se afastar da panela.   Diferente das ações respondentes, os comportamentos operantes atuam sobre o ambiente no qual o indivíduo está inserido, ou seja, produzem consequências que influenciam as ações futuras do organismo. É uma relação de três termos, na qual há um evento antecedente, uma resposta e um evento conseqüente. Uma criança que está realizando uma prova e não sabe solucionar uma questão (evento antecedente), pode tentar copiar da prova do colega (resposta) e então ser descoberto pela professora e tirar zero na prova (evento conseqüente).  Essa consequência provavelmente afetará comportamentos futuros desse aluno, que terá sua probabilidade de copiar na prova alterada. Em uma nova situação de prova com a mesma professora, a criança provavelmente não tentará copiar do aluno, mas estudará e se preparará melhor para a avaliação. Nesse exemplo, a “causa” de ter deixado de colar na prova é a contingência em operação que foi descrita acima: o comportamento de copiar foi consequenciado com punição e isso enfraqueceu a emissão do comportamento de copiar em outra situação, enquanto fortaleceu o comportamento de estudar e se preparar melhor.

 Vale notar que a análise do comportamento não é uma teoria mecanicista, ou seja, não há explicações causais para os comportamentos – não dizemos que um evento causou o outro.  O modelo adotado é selecionista, ou seja, os analistas do comportamento trabalham com relações funcionais desenvolvidas a partir da interação seletiva do ambiente sobre os comportamentos do organismo.

 

            Para mais informações sobre o assunto, acessem os textos:

http://www.terapiaporcontingencias.com.br/txt/julio.pdf

http://www.terapiaporcontingencias.com.br/txt/texto_deisy.pdf

 

 

Marisa Richartz
CRP 08/15002
Cursando Especialização em Terapia por Contingências de Reforçamento - ITCR /Campinas/ SP
Atua em consultório particular em Curitiba/ PR

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Orientação Profissional – Quem precisa dela? A quem ela pode interessar? Com quem ela pode contribuir?

Essas são perguntas que temos respondido com razoável freqüência. A maioria das pessoas acredita que a Orientação Profissional (OP) contribui com aqueles que estão em dúvidas quanto à escolha de um curso no vestibular. No entanto, a OP atende pessoas ao longo de sua vida, e uma mesma pessoa poderá realizar o processo de OP em diferentes momentos de sua vida. Em quais momentos? Vejamos alguns: o mais conhecido de todos é o que auxilia na escolha do Curso quando do vestibular. No entanto, uma pessoa após iniciar sua graduação poderá ter outros momentos difíceis como, por exemplo, dar-se conta de que o Curso escolhido, e tão batalhado, não corresponde a suas expectativas, mas não sabe para qual Curso migrar ou se há outras possibilidades de atuação dentro desse mesmo Curso. Poderá ainda concluir o Curso com êxito e não saber qual caminho seguir depois de formada: ir para o Mercado? Ir para a pós-graduação? Mestrado, doutorado ou especialização? Se Mercado, em qual vertente/área trabalhar? Existem aqueles alunos que concluíram seu curso e gostaram de várias possibilidades de atuação profissional e, por isso, não sabem qual escolher; por outro lado, existem aqueles que não se identificaram com nenhuma das possibilidades de trabalho dentro de sua área do saber e, por isso, não sabem o que fazer com sua vida pós-graduação.


Outro conjunto de pessoas que buscam a OP refere-se aos profissionais atuantes. Aqueles que gostam do que fazem mais querem migrar para outras carreiras ou mesmo querem construir um Projeto Profissional, e não sabem como fazê-lo. Temos também aqueles que durante anos trabalharam em uma determinada função/cargo/organização e, por diversas razões não podem continuar (demissão, acidente de trabalho, doenças ocupacionais, novo desenho do cargo/função, etc.) e precisam buscar alternativas de trabalho. Nessas ocasiões a OP também poderá contribuir na busca da resposta para a pergunta “o que eu faço agora?”. Nos programas de OP, essas modalidades são denominadas de: Migração na Carreira, Planejamento de Carreira, Desenvolvimento de Carreira ou Re-Orientação Profissional ou de Carreira.


Procuram os programas de OP, também, as pessoas que pretendem uma Segunda Carreira ou aquelas que buscam uma atividade profissional na preparação para a aposentadoria ou as já aposentadas. O desenvolvimento da Segunda Carreira é preocupação das pessoas que têm domínio sobre sua vida profissional, conhecem o mercado de trabalho, conhecem as projeções para sua atividade profissional e conhecem seu processo de desenvolvimento humano rumo ao envelhecimento. Aquelas pessoas que sabem quando sua carreira profissional chegará ao fim e terão que migrar para outras atividades. Essa fase da vida profissional poderá ou não coincidir com a preparação para a aposentadoria. Por falar em aposentadoria, não se começa a preparação para essa fase da vida no mês ou ano desta; a preparação começa anos antes desse momento, pois exige toda uma re-orientação profissional e uma capacitaçãol diferenciada. Quanto à aposentadoria, bem essa é outra história. Por décadas as pessoas esperam por esse momento, mas nem todos se sentem bem quando aposentados e, aí, buscam por atividades para se sentirem úteis, reencontrarem seus referenciais, retomar sua participação social ou mesmo contribuir financeiramente para sua própria vida e a de seu cônjuge, ou contribuir com sua saúde física, emocional e mental. Tais pessoas poderão se beneficiar dos programas de OP que as auxiliem a encontrarem alternativas de trabalho.


Assim, para responder a questão: Quem pode se utilizar de um programa de OP? Finalizo reapresentando o já descrito: um programa de OP poderá auxiliar uma pessoa em diferentes momentos de sua vida, na medida em que contribui com a resposta à pergunta “e agora, o que ou como eu faço?” em relação a uma atividade de trabalho ou a um Projeto Profissional e de Vida. As pessoas em geral têm dificuldade em pensar no seu Projeto Profissional e de Vida enquanto um processo, resultante de escolhas nem sempre tão reforçadoras a curto prazo.
 

Maria Elisabeth Salvador Caetano
CRP: 06/5296-4
Mestre pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)
Doutora pela Universidade de Campinas (Unicamp)
Especialista em Orientação Profissional

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Frase da Vez

"Não interprete as ações do outro; investigue os determinantes das ações de seu companheiro. Pior cego é aquele que acha que vê". (Hélio Guilhardi)

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VEJA, EM http://www.terapiaporcontingencias.com.br/cursos.html , OS CURSOS DO ITCR COM INÍCIO EM AGOSTO/2011.
Instituto de Terapia por Contingências de Reforçamento

Rua Josefina Sarmento, 395, Cambuí - Campinas - SP
Fones: (19) 3294-1960/ 3294-8544
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