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Volume 36 - 05/11/09

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Eu gostaria muito de ler um texto de vocês que falasse sobre a teoria fenomenológica. Pois eu penso que, mesmo usando linguagens diferentes, as psicologias sempre falam do mesmo homem, logo há de se ter algo em comum nesses métodos. (pergunta enviada pelo estudante de Psicologia Lisangelo J. C. Fontôra, de Barbacena-MG)

Em primeiro lugar, acredito que cada estudioso deve falar apenas da sua própria adoção conceitual. As diferentes Escolas Psicológicas são muito complexas e abrangentes, de tal modo que cada uma só pode ser tratada com competência e respeito por alguém que a estude profundamente. Em segundo lugar, uma abordagem cresce e se desenvolve genuinamente a partir das contribuições e críticas internas, ou seja, por aqueles que a ela se dedicam integralmente. Não há razão para aprender nem para criticar um sistema psicológico a partir de um estudioso estranho àquela abordagem, pois ele, por mais que procure atualizar seu conhecimento, nunca estará à altura de um especialista. Behaviorismo se aprende com behaviorista, fenomenologia com fenomenólogo e assim por diante. (Diante dessa concepção, aproveito para deixar clara minha posição contrária a práticas comuns nos Cursos de Psicologia, nos quais qualquer professor - não importa qual sua formação fundamental -, é levado a ministrar cursos sobre abordagens que não lhe são intimamente familiares. Oponho-me também aos programas de ensino em que uma teoria afirma sua competência a partir de críticas a outras teorias. Ensine a sua... Se for o caso, compare diferenças entre teorias, não defenda as "qualidades" da sua em oposição aos "defeitos" das outras!)

Quanto a sua segunda proposição, ela acolhe um equívoco lógico e conceitual. Assim, a Biologia, a Religião, a Química, a Bioquímica, a Psicologia, a Filosofia, a Antropologia etc. estudam o Homem e elas não usam as mesmas terminologias, não empregam os mesmos métodos de estudo, seus objetos de interesse diferem radicalmente e assim por diante. As diferentes abordagens - tomo apenas como referência duas tradicionalmente conhecidas: a concepção psicodinâmica e a behaviorista - embora sejam estudadas dentro da Psicologia, muito pouco têm em comum. Assim, a concepção de Homem, para elas, é diferente, seus objetos de estudo não são os mesmos, a metodologia de pesquisa e de busca de conhecimento é própria de cada uma, as tecnologias psicoterapêuticas que usam são diferentes, a relação cliente-terapeuta é própria em cada uma, os contextos terapêuticos não se confundem etc. E são diferenças irreconciliáveis. Embora outras tenham aparentemente pontos comuns, como, por exemplo, o desejo de minimizar o sofrimento humano, elas definem o sofrimento e seus determinantes de forma diferente, e se propõem a lidar com o ser humano de modos bem identificados, próprios de cada uma delas.

Não há a menor possibilidade de adotar uma posição eclética que integre duas ou mais abordagens diferentes. Uma não é melhor que a outra, gostaria de enfatizar. São diferentes. Devem ser entendidas como propostas alternativas (não complementares) de lidar com o ser humano.


Hélio José Guilhardi

Hélio José Guilhardi
CRP: 06/918
Mestre em Psicologia Experimental pela USP
Diretor do ITCR-Campinas

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Preciso de orientações de como lidar com os \"paninhos/cheirinhos" que as crianças trazem de casa (pergunta enviada ao Jornal Sinal Verde por uma professora do Infantil)

Em geral os "paninhos" são inseridos bem cedo na vida da criança pela mãe e podem ter variadas funções. Eles são usados para a higienização da boca, para acalmar, para aquecer e assim, aos poucos, começam a fazer parte da rotina da criança. Quando o bebê começa a sair de casa, a mãe leva junto consigo seu arsenal de cuidados essenciais e emergenciais. Em meio a fraldas, chupetas, brinquedos, mamadeiras, uma troca de roupa também está o "paninho", que passa a ser chamado de cheirinho quando o bebê cresce um pouco e começa a cheirá-lo. Adquire, então, a possível função de acalmar quando o bebê chora, assim como a chupeta. Em termos técnicos, o "paninho" tem a função de um estímulo reforçador condicionado.

Levá-los à escola pode ser um problema a partir do momento que a criança já não está mais frequentando berçário e a presença do "paninho" a atrapalha ou a impede de fazer as atividades solicitadas pela professora. Levar o "cheirinho" para a escola pode ser entendido pelos pais como forma de ajudar a professora a acalmar a criança ou também de satisfazer a vontade do filho que se recusa a sair de casa sem o paninho. O que neste último caso, provavelmente, os pais estariam criando um filho mimado, que pode tudo, inclusive burlar as regras da escola, além de se expor a ironias e rejeições dos coleguinhas.

Os pais devem ser instruídos a explicar para os filhos que a escola possui regras como horários, utilização de uniforme e também a não autorização de adentrar com o "paninho". É amplamente importante ensinar a criança a seguir regras e ter limites, saber o que é permitido ou possível fazer e o que não é. Limites dão segurança e confiança e possibilitam o convívio social. Desde cedo os filhos devem aprender que cada local tem suas regras e que muitas vezes iremos ouvir a palavra não. Crianças criadas dentro de limites e com regras adequadas tornar-se-ão possivelmente indivíduos mais resistentes à frustração, mais responsáveis e mais seguros.


Anna Paula Badellino

Ana Paula Gouveia Denipote
CRP: 06/82879
Especialista em Terapia por Contingências de Reforçamento - ITCR Campinas

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Intervenção Comportamental com Indivíduos Autistas

Informações:www.terapiaporcontingencias.com.br

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PARA PENSAR

Esse é o nome da nova seção do site ITCR - Terapia por Contingencias de Reforçamento.Clique aqui para maiores informações

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Comportamento governado por regras e autorregras produz pessoas alienadas, insensíveis à realidade.

(Hélio J. Guilhardi)

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Turma 2010

Curso de Especialização em Terapia Comportamental
Terapia por Contingências de Reforçamento (TCR)
Inscrições: http://www.terapiaporcontingencias.com.br/news10.php

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Encontros para Pais de Crianças em Idade Escolar

Informações no site: www.terapiaporcontingencias.com.br

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Fones: (19) 3294-1960/ 3294-8544
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