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Volume 24 - 12/12/08

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Gostaria de sugestões de textos e referências sobre habilidades sociais
(pergunta enviada pela estudante de psicologia Francielly Manzani-Tapejara - PR)

Habilidades Sociais são classes de comportamentos emitidos por um indivíduo ao lidar com as demandas no contexto interpessoal. Um indivíduo socialmente habilidoso é capaz de manejar seu ambiente de modo a produzir eventos que lhe sejam agradáveis (reforçadores) e a esquivar-se de situações que lhe sejam aversivas. Vive, portanto, sob controle de contingências amenas e, conseqüentemente, experimenta sentimentos de satisfação e bem estar ("Cumpri meu dever e estou em paz"). Já o indivíduo pouco habilidoso experimenta sentimentos de frustração ("Não sou capaz") e ansiedade ("Vou ter que passar por essa situação constrangedora novamente. Sinto que vou passar mal").

O Treinamento em Habilidades Sociais (THS) teve início na década de 70, na Inglaterra, com o objetivo de ensinar estratégias e habilidades aos indivíduos para melhorar o enfrentamento de situações estressantes. No século XXI, que vem sendo marcado por uma sociedade globalizada onde os indivíduos são pouco valorizados e, muitas vezes, descartados, seja no trabalho ou nos relacionamentos afetivos, esse treinamento se torna essencial. Assim, vem sendo utilizado nas organizações ou individualmente na clínica.

Um bom modelo de THS pode ser encontrado em Del Prette & Del Prette (1999), onde os atores discorrem sobre a história, o conceito e o desenvolvimento das Habilidades Sociais e dão dicas para avaliação e promoção das habilidades dos indivíduos em algumas esferas comportamentais (verbais, não-verbais, afetivas, fisiológicas, entre outras).

Para o desenvolvimento pleno das habilidades sociais de um indivíduo, não basta que ele tenha conhecimento teórico sobre o assunto. É preciso que ele experimente diversas situações no THS para que os sentimentos aversivos sejam amenizados (extinção respondente) e comportamentos mais adaptativos sejam fortalecidos. Dessa forma, um material que pode contribuir para o trabalho do terapeuta que atua nessa área é o Teste de Discriminação de Comportamentos Assertivo, Agressivo e Inassertivo, de autoria de Lange & Jakubowski (1976). Sua riqueza está em fornecer ao terapeuta SDs para investigar como seu cliente se comporta em situações ali relacionadas e, a partir das verbalizações do cliente, propor estratégias de intervenção, como o ensaio comportamental.

Caso deseje maiores informações sobre o THS, entre em contato com nosso Instituto.


Referências Bibliográficas

Del Prette, Z. A. O. & Del Prette, A. (1999).
Psicologia das Habilidades Sociais: Terapia e Educação. Petrópolis: Vozes.
Lange, J.L. & Jakubowski, P. (1976). Responsible assertive behavior. Illinois: Research Press Co.


Ana Carolina Guerios Felício

Ana Carolina Guerios Felício
CRP: 06/78752
Especialista em Terapia por Contingências de Reforçamento - ITCR - Campinas

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Um estímulo condicional é diferente de um Sd em uma tríplece contingência? Qual utilidade prática o conceito de estímulo condicional traz ao psicólogo?
(pergunta enviada pelo estudante de psicologia Rogério Gasparini Brunello - Jundiaí - SP)

O que são estímulos? Pessoas, eventos, objetos, tudo o que compõem o ambiente de uma pessoa e que podem ser detectados por seus receptores sensoriais são considerados estímulos. Um cheiro, o computador que está na nossa frente, alguém falando conosco são estímulos em potencial. Assim sendo, estamos o tempo todo cercados de estímulos e estes exercem controle, que pode ser forte ou fraco, sobre nosso comportamento.. Qualquer situação em que emitimos determinado comportamento pode ser analisada identificando quais são os estímulos que antecedem a emissão de um comportamento (que chamamos de resposta), a própria resposta que emitimos e a(s) conseqüência(s) produzidas por essa resposta. Essa relação (estímulo antecedente-resposta-conseqüência) é chamada de contingência tríplice ou de três termos.

Estímulo discriminativo é a ocasião em que uma determinada resposta, e não outra, é contingentemente seguida de um evento reforçador. Dizendo de outra forma, é uma "dica" que o ambiente apresenta e que evoca determinada ação do ser humano que, na sua história de vida, foi reforçada. É discriminativo no sentido de que, quando ele- estímulo- está presente no ambiente, e a pessoa emitir aquela determinada resposta, a pessoa obterá o reforço, aumentando, assim, a freqüência ou a probabilidade de ocorrência, no futuro, de respostas da mesma classe (que têm a mesma função) nas ocasiões em este estímulo estiver presente.

Uma contingência de três termos pode ser observada no seguinte exemplo: uma criança que diz "mamãe" para sua mãe. A ocasião em que tal comportamento é reforçado é, por exemplo, o olhar da mãe para o bebê (estímulo discriminativo), a resposta é a verbalização da criança - "mamãe" - e a conseqüência reforçadora é receber um elogio ou um carinho da mãe.

Quando um outro estímulo é adicionado a uma contingência de três termos e define o funcionamento ou não dessa contingência, temos uma contingência de quatro termos. Considerando ainda o exemplo acima, uma contingência de quatro termos estaria presente se a resposta da criança só fosse reforçada na presença da mãe (olhando para a criança) quando o pai está junto e não quando está apenas a mãe. Nesse caso, portanto, o estímulo condicional- pai- "sinaliza" o funcionamento da contingência de três termos (mãe olhando para a criança-estímulo antecedente que adquiriu função discriminativa -verbalização da criança: "mamãe" - carinho e/ou elogio da mãe), ou seja, a criança só vai "ganhar carinho" dizendo "mamãe" se o pai estiver junto. O estímulo condicional, então, é aquele que é responsável pela seleção de discriminações simples e, nesse sentido, estudar relações condicionais é imprescindível para que os processos complexos de controle de estímulos (discriminações condicionais) possam ser compreendidos. Discriminação condicional é aquela "(...) em que o reforço do responder na presença de um estímulo depende de (é condicional a) outros estímulos" (Catânia, 1998, p.396)

Na clínica ou em qualquer contexto em que o psicólogo deseje entender como funcionam as contingências a que o cliente está exposto, identificar quais são os estímulos discriminativos que evocam uma determinada resposta que, por sua vez, produz uma determinada conseqüência nos dá a possibilidade de alterar as contingências em operação, modificando a função dos estímulos que controlam o comportamento da pessoa e ajudando-a, por meio da discriminação dessa contingência, emitir uma resposta "na hora certa", isto é, no contexto em que tal resposta vai ser reforçada. Da mesma forma, identificando quais são os estímulos condicionais que alteram o funcionamento de uma contingência, o psicólogo pode ajudar a pessoa a alterar a função desses estímulos, a entender o que a faz se comportar de uma forma e o que mantém esse comportamento e a modificar (se for aversiva) ou a manter (se for reforçadora) a contingência. No exemplo, se o psicoterapeuta quiser ensinar a criança a buscar reforçadores eficazmente precisa identificar que a probabilidade dela obter o reforço (elogio/carinho) é maior quando o pai está junto com a mãe e, assim, deve ensiná-la a emitir tal resposta nessa situação.

Enfim, muito do que fazemos na terapia é alterar o controle de estímulos, fazer o cliente ficar sob controle de um estímulo e não de outro- responder diferencialmente aos estímulos de seu ambiente e, para isso, é essencial que ele discrimine tanto os estímulos que servem de "dica" para se comportar (estímulo discriminativo), quanto os estímulos condicionais que alteram essa "dica". Uma pessoa com sensações corporais de ansiedade, por exemplo, tem muito do seu repertório comportamental sob controle de estímulos pré-aversivos ou aversivos, ainda que estes não sejam reais. O terapeuta precisa identificar quais são esses estímulos para poder alterar suas funções. Uma vez identificando os estímulos que antecedem e os que são produzidos por uma resposta, o indivíduo se torna mais apto a modificar seu comportamento.


Celina Riguetti

Celina Riguetti
CRP: 06/67782
Cursando Especialização em Terapia por Contingências de Reforçamento

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Abertas as inscrições para a Turma 2009 do Curso de Especialização em Psicologia Clínica: Terapia por Contingências de Reforçamento (TCR)

Informações:www.terapiaporcontingencias.com.br

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PARA PENSAR

Esse é o nome da nova seção do site ITCR - Terapia por Contingencias de Reforçamento.Clique aqui para maiores informações

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"Eu não estava questionando a existência de eventos privados, mas sim sua natureza e seu lugar em um relato behaviorista. O behaviorismo radical, diferente do behaviorismo metodológico e do positivismo lógico, não se restringiu ao que é publicamente observável."

(B. F. Skinner, 1983, A Matter of Consequences, p.277)

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Encontros para Pais de Crianças em Idade Escolar

Informações no site: www.terapiaporcontingencias.com.br

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Instituto de Terapia por Contingências de Reforçamento

Rua Josefina Sarmento, 395, Cambuí - Campinas - SP
Fones: (19) 3294-1960/ 3294-8544
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