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Volume 21 - 30/10/08

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A psicologia é uma ciência?

Em linhas gerais, as discussões sobre temas ditos psicológicos, como as emoções, os sentimentos, a consciência, a mente, entre outros, surgiram desde os primeiros escritos da Filosofia. No final do século XIX, a Psicologia se tornava um arsenal de estudos filosóficos e fisiológicos, e começava a se concretizar ciência. Faltava, no entanto, a operacionalização dos termos psicológicos e uma análise rigorosa dos conceitos em uma tentativa de unificar o vocabulário científico.

No início do século XX, a Psicologia Behaviorista (comportamental) acompanhava as revoluções conceituais que ocorriam no campo das ciências, como da Física, por exemplo. O caminho não era redefinir conceitos, mas produzir um novo conjunto de conceitos derivados de uma possível análise direta dos dados.

Nesse sentido, a Psicologia Comportamental adotou o modelo de causalidade da Biologia Evolucionista (e não o da Física Clássica), em particular, o modelo darwiniano de seleção dos organismos, que na Análise Comportamental foi nomeado por Skinner de seleção dos comportamentos pelas suas conseqüências. O objeto de estudo definiu-se como o comportamento, sendo este a interação do ser com o ambiente, e nada além. O monismo físico (visão do homem com um todo integrado) substituiu, irremediavelmente, o dualismo (visão do homem separado em mente-corpo).

O estudo do comportamento inclui os operantes e respondentes públicos (falar, andar, escrever, ruborizar, tremer, etc.), operantes e respondentes encobertos (imagens, pensamentos, alterações de pressão arterial, batimentos cardíacos etc.) e os sentimentos (que incluem comportamentos públicos e encobertos, operantes e respondentes), todos sujeitos às mesmas leis e dotados da mesma natureza física.

A explicação de um comportamento deve ser encontrada na história filogenética (seleção das espécies), ontogenética (seleção do indivíduo) e cultural (práticas de grupo) do indivíduo. Com base nesse modelo de ciência pode-se concluir que a Psicologia Comportamental firmou seu status científico. A Análise Experimental do Comportamento (AEC), expressa sua formulação mais sofisticada, sendo caracterizada por procedimentos tecnologicamente descritos e controle experimental rigoroso, adotando como estratégia de investigação o manejo de variáveis com sujeito único (o sujeito experimental serve de controle para si mesmo), quer humanos, quer animais, sempre mantendo cuidadoso rigor ético. A AEC serviu de base para a Análise Aplicada do Comportamento (AAC), que replica os procedimentos e atitudes de ciência praticada pela Análise Experimental, comprometendo-se com uma investigação aplicada.

As ações psicoterapêuticas, tal como a formulação clínica de Terapia por Contingências de Reforçamento (TCR), fundamentam-se e nutrem-se dos procedimentos da Análise Experimental do Comportamento e da Análise Aplicada do Comportamento.


Najara Karine Salomão Pereira

Najara Karine Salomão Pereira
CRP: 06/82656
Especialista em Terapia por Contingências de Reforçamento

Jornal - Sinal Verde
Qual o procedimento usado pela TCR para trabalhar com uma criança que faz manha para ganhar o que quer? A criança não chega a fazer birra de se jogar no chão, mas é manha. O que a criança quer não é nada material, mas chamar a atenção, como por exemplo, não deixar os pais assistirem à TV, não quer por uma roupa quer por outra, não quer tomar banho e faz manha (pergunta enviada ao Jornal Sinal Verde).

A Terapia por Contingências de Reforçamento (TCR) segundo seu próprio nome procura, em primeiro lugar, fazer uma análise das contingências de reforçamento que instalam e mantém um determinando comportamento com o objetivo de compreender o que está acontecendo e, se for o caso, intervir.

No caso apresentado, faz-se em primeiro lugar uma análise de contingências a fim de descobrir qual é a função da manha desta criança. Parece que a resposta já foi dada: ela chama a atenção através dos comportamentos inadequados. No entanto, esta resposta pode ser uma generalização que não corresponde totalmente à realidade, pois a manha acontece em situações distintas: enquanto os pais assistem à TV, quando a criança vai se vestir ou na hora de tomar banho. Em cada uma destas situações pode haver uma relação de contingências específica já que são contextos diferenciados e as pessoas envolvidas também são distintas.

De qualquer forma, a redação da questão permite supor (não afirmar) que a atenção dada contingente a comportamentos inadequados da criança ocorre em todas as situações mencionadas, na inter-relação com diferentes pessoas...

Assim que ficar clara qual é a função da manha em cada uma destas situações será feita a intervenção, que terá início com a explicação da análise de contingências para os pais para que possam identificar, em cada situação, a função da manha. Em seguida podem ser dadas instruções e até mesmo se fazer um treino comportamental para que os pais adquiram um repertório adequado para lidar com a manha da criança: reforçar os comportamentos adequados para que aumentem de freqüência ao mesmo tempo em que deixam de reforçar os comportamentos inadequados, no caso a manha. Além disto, os pais devem aprender como aumentar a auto-estima da criança, valorizando-a por aquilo que ela é, e sua auto-confiança valorizando-a por aquilo que faz sem, no entanto, deixar de colocar limites por meio de regras claras e apresentando conseqüências diferenciadas contingentes aos comportamentos considerados por eles adequados ou não. O psicoterapeuta deve avaliar se as exigências e critérios de adequacidade adotados pelos pais são justos e razoáveis, antes de concordar com eles.

As sentir-se valorizada por aquilo que é e por aquilo que faz, ou seja, sentir-se amada pelos pais, a manha, certamente, perderá sua função já que se modificaram as contingências das quais era função.


Valéria Bertoldi Peres

Vitor Pedro Calixto dos Santos
CRP: 06/91521
Especialista em Terapia por Contingências de Reforçamento - ITCR- Campinas

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Abertas as inscrições para a Turma 2009 do Curso de Especialização em Psicologia Clínica: Terapia por Contingências de Reforçamento (TCR)

Informações:www.terapiaporcontingencias.com.br

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PARA PENSAR

Esse é o nome da nova seção do site ITCR - Terapia por Contingencias de Reforçamento.Clique aqui para maiores informações

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"Nosso interesse primordial são os comportamentos e sentimentos humanos, mas o instrumento de trabalho acessível ao terapeuta comportamental são as contingências de reforçamento. Nada mais!"

(Hélio J. Guilhardi, 2007)

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Nova Programação no ITCR:

Cine ITCR - Exibição e Análise de filmes
A lula e a baleia - Dia 18/11/2008, às 20h.
Inscrições no site: http://www.terapiaporcontingencias.com.br/eventos.php

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Encontros para Pais de Crianças em Idade Escolar

Informações no site: www.terapiaporcontingencias.com.br

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Instituto de Terapia por Contingências de Reforçamento

Rua Josefina Sarmento, 395, Cambuí - Campinas - SP
Fones: (19) 3294-1960/ 3294-8544
Clique aqui para entrar em contato

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