Diálogo com a comunidade - Jornal Sinal Verde
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Volume 16 - 20/06/08
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A Terapia por Contingências de Reforçamento (TCR) leva em conta no processo psicoterapêutico a história de vida da pessoa?
Sim! Não há como não fazê-lo.
As funções que os eventos têm na vida atual da pessoa (ou seja, o "significado" que ela atribui àquilo que acontece com ela) têm sua origem na história de interações que ela vivenciou com seu ambiente social (aqui incluindo família, escola, amigos, parentes etc) e físico. Os repertórios de comportamento que ela emite no seu cotidiano também são produtos da história de contingências à qual ela foi exposta durante seu desenvolvimento. Podemos entender os déficits e excessos comportamentais e afetivos apresentados por determinada pessoa à luz de sua história de vida. Como ignorar, no processo psicoterápico de uma pessoa, todo esse longo processo de construção de repertórios e de funções que os eventos da vida têm para ela? A resposta à questão é, então, positiva: a TCR leva sim em conta a história que construiu a pessoa, como ela se comporta e como ela sente o mundo, presentemente. O processo psicoterapêutico, no entanto, não se reduz a conhecer a história de vida da pessoa (um termo melhor que história de vida é história de contingências de reforçamento), mesmo porque muito dessa história se perdeu ou não se tem acesso confiável a ela. Ele inclui também a história de contingências atuais, que vem operando continuamente e interage com a história passada. Aliás, é intervindo nas contingências de reforçamento atuais que podemos alterar funções (ou significados) dos eventos adquiridos no passado e é também o único modo de podermos alterar repertórios de comportamento, ampliando déficits e enfraquecendo excessos. Por sinal, é extremamente encorajador saber que, atuando no presente, podemos alterar malefícios que foram produzidos no passado. Se os eventos passados tivessem produzido inter-relações inalteráveis e definitivas da pessoa com seu mundo atual, só restaria ao cliente e ao psicoterapeuta constatarem os danos ocorridos e, quem sabe, lamentá-los. A TCR demonstra que há perspectivas mais animadoras e construtivas. Conhecer o passado de uma pessoa nos ajuda a compreendê-la melhor; no entanto, é na atuação atual que reside a reconstrução e o desenvolvimento de padrões comportamentais e afetivos, que podem tornar mais amena e gratificante a difícil tarefa de viver.
Hélio José Guilhardi
CRP: 06/918
Mestre em Psicologia Experimental pela USP
Diretor do ITCR-Campinas
O que acontece numa sessão de psicoterapia dentro do modelo comportamental?
Em uma sessão de psicoterapia baseada no modelo comportamental, o psicoterapeuta estabelece um diálogo franco e direto com o cliente, com o objetivo de conhecer o motivo, pelo qual ele procurou psicoterapia e de levantar dados que lhe permitam fazer uma análise sobre a queixa apresentada.
O psicoterapeuta comportamental não se restringe à queixa inicial apresentada pelo cliente; ele se interessa por toda a história de contingências que operaram e operam na vida do indivíduo; analisa o ambiente em que o indivíduo está inserido, a resposta que ele apresenta e como é conseqüenciado por ela, assim como se preocupa com o estado físico, emocional, social e afetivo do cliente.
Para isso, o psicoterapeuta comportamental dialoga com o cliente sobre acontecimentos e relações relevantes de sua vida; apresenta para o cliente a análise das contingências; propõe, dá modelos e estimula o cliente a buscar novas formas dele se comportar, com o objetivo de alterar as contingências indesejadas.
O cliente é livre para questionar a análise apresentada pelo psicoterapeuta, o que muitas vezes enriquece a sessão, pois possibilita uma "troca" de informações que pode trazer dados relevantes sobre o cliente e, inclusive, influenciar a análise e avaliação do psicoterapeuta. Cliente e psicoterapeuta se influenciam reciprocamente: ambos aprendem; ambos ensinam.
Também faz parte do modelo comportamental que o psicoterapeuta, quando necessário, delegue "tarefas" ao cliente, "tarefas" que seria desejável que executasse em seus ambientes naturais, e que seriam, então discutidas durante as sessões. Os dados advindos de tais tarefas contribuem para a confirmação, refutação, reformulação das hipóteses clínicas. Os dados são soberanos e superam quaisquer dogmatismos conceituais do psicoterapeuta.
A relação entre psicoterapeuta e cliente no modelo comportamental pode ser uma relação de proximidade, desde que fique claro que tal relação é estabelecida em benefício do cliente. No modelo comportamental, o psicoterapeuta também tem a possibilidade de realizar sessões fora do ambiente clínico, nos casos em que seja importante acompanhar o cliente em outros ambientes. A psicoterapia comportamental é parcialmente verbal; ela pode incluir a observação de comportamentos no ambiente natural do cliente, no exato contexto e na interação com as pessoas reais da sua vida cotidiana.
No modelo comportamental, cliente e psicoterapeuta têm autonomia para trabalhar, se comportar, juntos. Não existe psicoterapia sem a participação ativa de ambas as parte.
Luciana Simões Miraldi
CRP: 06/82401
Especialista em Terapia por Contingências de Reforçamento
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PARA PENSAR
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"... alguma coisa está errada quando é o sistema que deve ser salvo ao invés do modo de vida que esse sistema deveria servir."
(Skinner, 1978, Reflections on Behaviorism and Society, p.64)
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Informações no site: www.terapiaporcontingencias.com.br
Instituto de Terapia por Contingências de Reforçamento
Rua Josefina Sarmento, 395, Cambuí - Campinas - SP
Fones: (19) 3294-1960/ 3294-8544
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