Diálogo com a comunidade - Jornal Sinal Verde
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Volume 15 - 28/05/08
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Como um terapeuta comportamental lida com o inconsciente tão falado por Freud?
Na análise do comportamento, a idéia de inconsciente descrita por Freud é dispensável para a compreensão e para o entendimento do controle do comportamento, ou seja, do ponto de vista do Behaviorismo Radical, tal conceito não é necessário para explicar a ocorrência e manutenção de dado comportamento. Tal concepção - o inconsciente como agente explicativo de comportamentos e sentimentos - é rejeitada por Skinner, para quem o inconsciente não é o agente responsável pela ocorrência, manutenção e mesmo aquisição de um comportamento. Dizer que um sujeito não tem consciência ou ainda, que está inconsciente dos seus atos, é o mesmo que dizer que se comporta e sente sem ser capaz de descrever quais são os determinantes de tais comportamentos e sentimentos. Conclui-se que o conhecimento das variáveis, das quais os comportamentos são função, não é pré-requisito para se comportar. As contingências de reforçamento influenciam os comportamentos, quer as pessoas que se comportam saibam ou não identificá-las ou descrevê-las.
Em psicoterapia, caberá ao psicoterapeuta descrever e alterar variáveis controladoras do comportamento do seu cliente, ou seja, torná-lo "consciente" destas variáveis. Vale dizer que, o cliente consciente, isto é, aquele que conhece as variáveis das quais seus comportamentos são função, está numa posição vantajosa em relação àquele que não as conhece. O primeiro pode influenciar ou atuar nas variáveis e alterá-las, mudando, como resultado, comportamentos e sentimentos. O segundo não! De acordo com H.J. Guilhardi (comunicação pessoal, 05 de março de 2008), o indivíduo consciente é livre no sentido bem específico de que pode optar pelos controles que o determinam; o segundo, nesse mesmo sentido, não é livre, pois nem sequer conhece as causas de suas ações e sentimentos.
Portanto, o inconsciente retratado pela psicanálise, é uma explicação insatisfatória - do ponto de vista do Behaviorismo Radical - acerca do comportamento; o analista do comportamento não recorrerá a eventos que ocorrem dentro da pele do indivíduo para explicar ou entender porque ele age, pensa ou faz de determinadas maneiras e sim, isto será feito à luz da compreensão das contingências de reforçamento que estão operando em seu ambiente.
Gláucia da Motta Bueno
CRP: 06/54229-6
Mestre em Psicologia Clínica - PUCCamp
Especialista em Terapia por Contingências de Reforçamento - ITCR - Campinas
Durante o processo de Terapia Infantil é necessário o atendimento aos pais?
Sim. Os problemas apresentados pela criança geralmente são advindos das dificuldades apresentadas pelos pais no manejo dos comportamentos das crianças (por exemplo, não conseguem colocar limites para seu filho), e muitos dos pais, por sua vez, não reconhecem que têm tais dificuldades. O atendimento aos pais é essencial no processo psicoterapêutico infantil, já que a criança não vai para a psicoterapia por escolha própria e sim porque os seus pais são orientados pela escola, por outros profissionais (médicos, nutricionistas, fonoaudiólogos etc.), ou não conseguem eles próprios solucionar as dificuldades apresentadas pela criança. Durante o processo psicoterapêutico da criança, os pais são orientados pelo psicoterapeuta a modificar a maneira como interagem com a criança, pois tais condutas poderiam estar mantendo os comportamentos inadequados da mesma.
Assim, ao atender os pais, o psicoterapeuta da criança poderá identificar as contingências de reforçamento que instalaram e mantêm os comportamentos e sentimentos relacionados à queixa apresentada, possibilitando o manejo de contingências para produzir mudanças nos comportamentos indesejados emitidos pela criança.
Desta forma, a participação e o engajamento dos pais no processo psicoterapêutico infantil é extremamente importante, pois são eles que ficam todos os dias com a criança, estando presentes em muitos momentos em que o comportamento inadequado ocorre, enquanto o psicoterapeuta fica apenas uma hora (ou pouco mais) por semana, impossibilitando estabelecer conseqüências sistemáticas de forma permanente aos comportamentos considerados problemáticos.
O psicoterapeuta deverá orientar os pais sobre como devem conseqüenciar os comportamentos adequados e inadequados da criança. Para que isso ocorra, também é preciso instalar e modificar comportamentos e sentimentos dos pais, descrevendo as contingências de reforçamento que instalam e mantêm comportamentos e sentimentos deles próprios em relação à criança; descrever as conseqüências atuais e futuras, caso essas contingências se mantenham. É importante que o psicoterapeuta reforce positivamente comportamentos parentais adequados, que levem os pais a discriminarem seus comportamentos inadequados; dê modelos de comportamentos mais adequados em diferentes situações; e proponha regras para a emissão de novos comportamentos.
Marcela Umeno Koeke
CRP: 06/81209
Mestranda em Psicologia Experimental: Análise do Comportamento na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC/SP
Especialista em Terapia por Contingências de Reforçamento
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"Só existe diálogo quando há uma interação equilibrada entre controle e contracontrole. Se não houver equilíbrio, haverá opressão, submissão ou indiferença."
(Hélio J. Guilhardi - 10.05.2008)
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Informações no site: www.terapiaporcontingencias.com.br
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