Diálogo com a comunidade - Jornal Sinal Verde

um canal de comunicação com a comunidade

Volume 10 - 17/01/08

Edições Anteriores



IMPRIMIR


Perguntas dos leitores:

Tire suas dúvidas. Mande-nos suas sua pergunta!
Este é um espaço para vc fazer perguntas, esclarecer suas dúvidas e curiosidades. Mande sua pergunta para nós!

Envie sua pergunta:clique aqui

Jornal - Sinal Verde
Como a Análise do Comportamento vê a questão da depressão endógena, aquela puramente química? (pergunta enviada pelo estudante de Psicologia, Jefferson Fernandes, de Jaguariúna - SP)

Podemos afirmar que há organismos não intactos (duradouramente, tais como os portadores de Síndrome de Down, por exemplo; ou transitoriamente, tais como as alterações produzidas pro doenças). Neste caso, o organismo responde de maneira específica, não usual, às contingências de reforçamento disponíveis no ambiente. Neste caso, há duas alternativas: a. corrigir o organismo (até onde for possível) através de intervenção médica (por exemplo, ingerindo medicamentos), de tal maneira que o organismo passe a responder ao ambiente de forma mais típica, semelhante ao de seu grupo; b. alterar as contingências de reforçamento a tal ponto que cheguem a influenciar o organismo não intacto (é o que se faz com os procedimentos adotados com crianças com desenvolvimento atípico, como os autistas). Pode-se afirmar que o organismo - intacto ou não intacto - é parte do processo de interação; a outra parte é o ambiente. Qualquer comportamento é a interação inseparável entre organismo e ambiente. O indivíduo depressivo pode ou não ser um organismo não intacto (mas isto precisa ser demonstrado por procedimentos fisiológicos ou médicos e não inferido ou presumido).


Hélio José Guilhardi

Hélio José Guilhardi
CRP: 06/918
Mestre em Psicologia Experimental pela USP
Diretor do ITCR-Campinas

Jornal - Sinal Verde
Gostaria de saber como ocorre a analise do comportamento para uma seleção e principalmente de jovens, já que o tempo para analisar as diversas contingências é muito curto (Média de 40 min por candidato)? (pergunta enviada pelo estudante de Psicologia, Álvaro Caetano de São Paulo-SP)

Realmente o tempo é curto. Fazer análise de história de contingências nesse curto espaço de tempo é impossível. Sendo assim é imprescindível que tudo que diga respeito ao candidato seja observado desde a avaliação de seu Curriculum Vitae, CV. Onde estudou? Onde trabalhou? Cargos que já ocupou? Por quanto tempo ficou nas empresas? Há lacunas temporais na história profissional? Houve rebaixamento de função em sua história profissional? Por exemplo, era Gerente em uma empresa e na seguinte começou como Supervisor? É casado? Qual a sua idade? Que cursos fez ao longo de sua vida? Tem Pós Graduação? Como organiza seu CV? É sucinto nessa organização, claro e objetivo? Como apresenta seu CV? Há de se considerar que o CV poderá ser confeccionado por um especialista em RH, que exaltará as qualidades do candidato e as apresentará de forma organizada; ainda assim o CV não deixa de ser uma pista sobre o candidato. Como faz chegar seu CV à pessoa responsável pelo RH de uma empresa? Entrar em contato com o candidato é fácil? Os telefones correspondem? Há quem atenda ao telefone? (parece óbvio, mas perde-se candidato porque este não garantiu que o telefone de contato fosse atendido). Marcada a entrevista, como chega à empresa? Como se veste? Como fala na entrevista? É objetivo? É prolixo? É capaz de pequenas generalizações na conversa sem divagar demais? Por que saiu das empresas? Foi demitido? Demitiu-se? Por quê? Fala mal das antigas empresas? Hoje, o que está buscando? Conhece a empresa na qual está participando de um processo de Recrutamento e Seleção (R&S)?

Muito do que está acima pode ser traduzido em história de contingências que dá ao profissional de RH uma pista de como se comporta tal pessoa; assim, por exemplo, como organiza seu CV? Organizar é um comportamento; o CV organizado, objetivo, claro, com informações relevantes e precisas sobre o candidato é o produto desse comportamento. É possível afirmar que o candidato discrimina, entre as várias informações de que dispõe sobre si mesmo, as mais relevantes para evidenciar como ele é.

Pode-se levantar a hipótese de que tal candidato é capaz de ficar sob controle de estímulos discriminativos (Sd's) que sinalizam que um comportamento, quando apresentado, terá alta probabilidade de sucesso.Será que tal característica é importante para o profissional de RH ao traçar um perfil de atuação do candidato? Sim. Essa análise é suficiente? Não. Todos os outros pontos, mais a entrevista, ratificarão ou não a hipótese da análise acima, da mesma forma que em um processo terapêutico. Na entrevista pede-se ao candidato que relate um problema que teve que resolver ao longo de sua carreira. Como relata o problema? O candidato resolveu o problema? Foi coadjuvante na solução do problema? Aqui se deve tomar o relato verbal com reserva, pois, como sabemos, este pode não ser fidedigno; assim sendo, quanto mais o candidato falar, tanto mais informações ele dará ao entrevistador, que deverá checar contradições ou confirmações em ações (comportamentos) sobre o relato verbal. É possível analisar repertório comportamental aqui? Sim. É possível prever se o candidato atua mais por fuga-esquiva ou por esquema intermitente de reforçamento? O candidato em seu relato mostra que se frustra facilmente? Seria uma pista de história de contingências de reforçamento contínuo muito freqüente?

Num processo de R&S é comum buscar-se informações pregressas sobre o candidato em empresas nas quais o mesmo trabalhou. Como era como funcionário? Como era com os colegas? Por que saiu daquela empresa? Histórias de sucesso na empresa.

Reunidas todas essas informações sobre o candidato e as observações do profissional de RH, é possível fazer uma previsão de como atua aquele candidato, ou melhor, ter uma idéia da história de contingências que instalou seu repertório comportamental e prever como seria sua atuação naquela empresa, com aquele Chefe, naquele mercado onde a empresa atua. O repertório desse candidato terá êxito naquele ambiente da empresa com as contingências ali operantes?

Dessa forma, considerando as informações extra entrevista de R&S, mais o tempo da entrevista, é possível avaliar como atua o candidato e decidir sobre a contratação ou não do mesmo, e mais, orientar a área que o está contratando sobre como age o candidato frente às contingências e como a Chefia deveria conduzi-lo.


Moises Krahenbuhl

Moises Krahenbuhl
CRP: 06/33531-2
Cursando Especialização em Terapia por Contingências de Reforçamento

Jornal - Sinal Verde
ABERTAS AS INSCRIÇÕES PARA A TURMA 2008 DO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM TERAPIA COMPORTAMENTAL - TERAPIA POR CONTINGÊNCIAS DE REFORÇAMENTO

INFORMAÇÕES: Clique aqui para maiores informações

Jornal - Sinal Verde
NOVOS DVDs À VENDA

Ver na seção "Produtos à Venda" do site Clique aqui para maiores informações

Jornal - Sinal Verde
PARA PENSAR

Esse é o nome da nova seção do site ITCR - Terapia por Contingencias de Reforçamento.Clique aqui para maiores informações

Jornal - Sinal Verde

"Nem a felicidade nem a sobrevivência do grupo dependem da satisfação derivada de ter coisas."

(Skinner, 1978, Reflections on Behaviorism and Society, p.47)

Jornal - Sinal Verde
Instituto de Terapia por Contingências de Reforçamento

Rua Josefina Sarmento, 395, Cambuí - Campinas - SP
Fones: (19) 3294-1960/ 3294-8544
Clique aqui para entrar em contato

Página Inicial | Edições Anteriores | Voltar | Subir | Fechar

Jornal - Sinal Verde