Diálogo com a comunidade - Jornal Sinal Verde
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Volume 6 - 10/10/07
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"Não consigo tirar carteira de motorista. Já fui reprovada três vezes na prova prática, pois fico muito ansiosa. Hoje não consigo nem passar na porta da auto-escola. Gostaria de saber se a terapia poderá me ajudar ou devo procurar um médico e tomar algum tipo de medicamento para controlar minha ansiedade."
A psicoterapia comportamental o ajudará a enfrentar essa dificuldade, ensinando-o a emitir novos comportamentos que possam modificar sua relação com o volante. Possivelmente, a auto-escola tornou-se um estímulo pré-aversivo, devido a uma história de condicionamento, o que explicaria a função do comportamento de esquivar-se do local. A ansiedade é um sentimento que vem em função do contato com condições aversivas (presentes ou com alta probabilidade de vir a ocorrer).
O uso ou não de medicação depende de cada caso, sendo que tal avaliação deve ser feita por um médico capacitado, a critério do cliente e/ou encaminhado pelo psicólogo. Em alguns casos, o uso de medicação adequada ajuda a controlar os estados fisiológicos (taquicardia, sudorese, insônia etc.). Vale ressaltar que o tratamento farmacológico poderá ajudar a amenizar os sintomas orgânicos, mas não modifica, nem instala novos comportamentos para lidar com determinada situação aversiva ou problema. Diferentemente do modelo médico, não trabalhamos diretamente com os sintomas, mas com a alteração das contingências mantenedoras de comportamentos e sentimentos indesejáveis.
O comportamento é a relação entre a pessoa e o ambiente no qual ela vive: trabalho, escola, família etc. e sempre implica em uma conseqüência: algumas são agradáveis, outras desagradáveis. É importante que a pessoa tenha um repertório amplo de comportamentos, pois assim produzirá uma gama maior de conseqüências, aumentando as chances de entrar em contato com conseqüências reforçadoras positivas e de se esquivar adequadamente de conseqüências reforçadoras negativas. Além disso, o repertório amplo e variado torna a pessoa mais adaptativa em situações adversas. Por exemplo: eu beijo a minha mãe antes de sair de casa e, como conseqüência (retribuição), ela me abraça (na minha história de vida o abraço é extremamente reforçador, agradável); então, a probabilidade de beijá-la antes de sair de casa, aumenta. O sentimento de "amor" que daí emerge, é conseqüência da relação, e não a causa. Quando o cliente diz: "estou triste" ou "estou ansioso", ele está descrevendo estados corporais. Assim, a ansiedade (que você relata na sua pergunta) não causa comportamento.
A TCR dispõe de um arsenal de técnicas que podem ajudá-la a superar as atuais dificuldades. Na essência, consistem em expor a pessoa, de forma cuidadosa e com avanços progressivos em pequenos passos, às condições ansiogênicas e desenvolver habilidades de manejo do veículo. Os resultados de tais procedimentos, aplicados por profissional qualificado, são altamente positivos.
Trabalhamos com o manejo das contingências de reforçamento, das quais os comportamentos e sentimentos são funções. O nosso objetivo é identificar, analisar e modificar tais contingências, levando o cliente a desenvolver novos repertórios, através de procedimentos planejados e aplicados durante o processo psicoterapêutico.
Diana Alvim Pena Canavarros
CRP. 06/77551
Especialista em Terapia por Contingências de Reforçamento - ITCR - Campinas
Mestranda em Psicologia Experimental: Análise do Comportamento na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC-SP
Como a Terapia Comportamental analisa os sonhos?
O sonho é um comportamento emitido por um organismo. O sonho, portanto, deve ser analisado da mesma maneira que todos os outros comportamentos. O sonho é um comportamento perceptivo, uma vez que depende da estimulação recebida pelos órgãos dos sentidos.
Sonhar é comportamento encoberto ou privado, o que quer dizer que só pode ser observado pela própria pessoa que está se comportando. As outras pessoas conseguem ter ciência do sonho daquele que sonhou, através do relato verbal posterior que a pessoa faz a respeito do conteúdo do mesmo. Guilhardi (2005) destaca, porém, que relatar o sonho é outro comportamento diferente de sonhar. Ele propõe que sejam comparados dois relatos: "Vejo um arco-íris no céu" e "Há um arco-íris no céu". Na primeira asserção, o SD é o comportamento de ver (o arco-íris no céu) e, na segunda, é o arco-íris (no céu). Da mesma maneira, o SD para o comportamento verbal de relatar o sonho é o comportamento de sonhar. O SD para o comportamento de sonhar, por sua vez, deve ser identificado. Sem tal identificação (assim como a de outros determinantes), o comportamento de sonhar carece de compreensão.
Os comportamentos, sejam eles internos ou externos, estão sujeitos a leis, a princípios que atuam sobre eles. Assim como as leis da Física, da Química etc., tais leis afetam os comportamentos, tenhamos nós conhecimento sobre elas, ou não. Assim, uma primeira variável necessária para a análise dos sonhos, na Psicoterapia Comportamental, é que o psicoterapeuta tenha um sólido conhecimento sobre as leis que regem os comportamentos.
Quando um psicoterapeuta quer analisar, ou seja, compreender um comportamento, precisa determinar as contingências das quais tal comportamento é função. É preciso contextualizar o comportamento, para captar todas as variáveis que determinaram a sua emissão, principalmente quais os estímulos diante dos quais o comportamento foi emitido; quais os efeitos do comportamento sobre o ambiente e como tal ambiente, por sua vez, conseqüenciou o comportamento emitido.
Em relação ao sonho, o psicoterapeuta vai auxiliar o sonhador na tarefa de discriminar todas essas variáveis. E com que objetivo, para que fazer isso? Isso pode ser feito como uma das ferramentas disponíveis para levar o cliente a maior autoconhecimento. Mas é preciso ter claro que "o sonho aparece, em última análise, como elo de uma cadeia comportamental extremamente complexa" (Guilhardi, 1998). Um sonho, isoladamente, sem que o psicoterapeuta tenha tido a oportunidade de observar o repertório do cliente, as classes de comportamentos que o cliente costuma emitir, dificilmente pode ser interpretado. Uma vez que o psicoterapeuta disponha de conhecimentos sobre as variáveis que controlam diferentes classes de comportamentos do cliente, pode fazer uma generalização e relacionar o sonho, funcionalmente, a uma dessas classes comportamentais.
Uma vez que a história de contingências de reforçamento de cada pessoa é única, a interpretação de determinado sonho também só vale para um determinado cliente. Na Terapia por Contingências de Reforçamento (TCR), não há a possibilidade de significados universais dos sonhos, que se aplicariam de maneira geral a todas pessoas. Qual a relevância da análise dos sonhos para o processo psicoterapêutico é uma questão que precisa ser respondida (em outra oportunidade, talvez).
Para aqueles que queiram se aprofundar neste tema, sugerimos a leitura do texto de Hélio J. Guilhardi (1998), Um Modelo Comportamental de Análise de Sonhos, disponível no site www.terapiaporcontingencias.com.br .
· A abreviatura SD se refere a estímulo discriminativo. Um estímulo, segundo Catania (1998), é qualquer evento físico, combinação de eventos ou relação entre eventos, que exerça controle sobre o comportamento. Considera-se o estímulo como discriminativo quando ele tem uma função discriminativa a respeito da conseqüência para a resposta emitida.
Noreen Campbell Aguirre
CRP: 06/74855
Especialista em Terapia por Contingências de Reforçamento - ITCR Campinas
Diretora do ITCR-Campinas
ABERTAS AS INSCRIÇÕES PARA A TURMA 2008 DO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM TERAPIA COMPORTAMENTAL - TERAPIA POR CONTINGÊNCIAS DE REFORÇAMENTO
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PARA PENSAR
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"Como as pessoas se sentem é, geralmente, tão importante quanto o que elas fazem."
(Skinner, 1989, Recent Issues in the Analysis of Behavior, p.3)
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