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Volume 2 - 15/08/2007

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Gostaria de saber as contingências de reforçamento no Transtorno Bipolar.
(pergunta enviada por Janine Sell, de Jaraguá do Sul, SC)

Há comportamentos que são produto do primeiro nível de seleção (Skinner: "A Psicologia pode ser uma ciência da mente?", texto que você encontra no site www.terapiaporcontingencias.com.br) e como tal comum aos membros da espécie. Por exemplo, os reflexos são pouco (ou nada) sensíveis às contingências de reforçamento. Os estudos de Pavlov se dirigem, preferencialmente, a tais classes de comportamentos (os respondentes). O transtorno bipolar envolve uma alteração neurofisiológica (assim afirmam aqueles que estudam o organismo: fisiologistas, neurologistas, psiquiatras etc.) e como tal tornam o organismo "não-intacto". O que nos compete fazer, então?

a. Orientar o cliente para procurar ajuda médica, a fim de tornar o organismo o mais próximo possível de "intacto" (através de procedimentos médicos, por ex., ingerindo remédio). Aí, então, aplicam-se as contingências como em qualquer outra pessoa, respeitando os limites de "correção neurofisiológica" conseguida pela atuação médica.

b. Alterar as contingências de reforçamento até atingir uma dimensão ou variabilidade, de tal modo que elas se tornem funcionais com aquela pessoa portadora de uma variação orgânica neurofisiológica. Até o presente momento, não se alcançou uma mudança nas contingências de reforçamento acessíveis ao psicoterapeuta e viáveis para serem aplicadas na vida do cliente, a ponto de dispensar o uso de medicaão apropriada. O estágio atual do tratamento de uma pessoa portadora de transtorno bipolar é a integração harmônica e complementar da ação farmacológica e comportamental. Os resultados são animadores.

Hélio José Guilhardi

Hélio José Guilhardi
CRP: 06/918
Mestre em Psicologia Experimental pela USP

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A psicoterapia é mais do que conversar?

Quando uma pessoa procura a terapia, em geral está buscando o alívio para algum sofrimento. Esse desconforto é produto do ambiente no qual a pessoa vive, onde não está conseguindo interagir para alcançar aquilo que deseja ou não está tendo sucesso ao esquivar-se de situações aversivas. Em ambos os casos, a pessoa estaria se comportando sob condições adversas que lhe trazem sentimentos negativos. Tais sentimentos são expressos na terapia de maneira verbal e, neste sentido, conversar faz parte do processo terapêutico.

Mas a terapia não consiste apenas em uma conversa, pois o falar, por si só, não produz qualquer mudança significativa nas condições adversas presentes na vida do cliente. O relato verbal do cliente é útil para que o terapeuta componha as contingências (relações entre o cliente e seu ambiente) em operação na vida daquele, e são justamente essas contingências que serão o material de trabalho do terapeuta.

Após a análise das contingências em operação, o terapeuta procura traçar procedimentos para melhorar a atuação do cliente diante delas. Muitos destes procedimentos são compostos por instruções verbais, comentários, descrições etc. que visam aumentar o autoconhecimento do cliente sobre as variáveis que controlam seu comportamento e, finalmente, modificá-las. Assim sendo, o conversar durante a sessão não é um mero bate-papo, com conselhos aleatórios que poderiam ser dados por qualquer outro interlocutor, como um parente ou amigo. Pelo contrário, o conversar tem a função de promover o autoconhecimento, cuja origem é social e, portanto, a forma mais fácil e rápida de atingi-lo seria através de uma conversa, onde o ouvinte - no caso, o terapeuta - daria dicas para o falante de quais eventos devem ser observados.

Como diria Skinner (1974, p.31), "o autoconhecimento é de origem social. Só quando o mundo privado de uma pessoa se torna importante para as demais é que ele se torna importante para ela própria. Ele então ingressa no controle de comportamento chamado conhecimento. Mas o autoconhecimento tem um valor especial para o próprio indivíduo. Uma pessoa que se 'tornou consciente de si mesma' por meio de perguntas que lhe foram feitas está em melhor posição de prever e controlar seu próprio comportamento".

É por essa razão que a terapia é, em sua maior parte, verbal, o que acaba parecendo apenas uma conversa, embora as técnicas e procedimentos adotados sejam bastante específicos e tenham função diversa de um bate-papo informal.

Ana Carolina Guerios Felício

Ana Carolina Guerios Felício
CRP: 06/78752
Especialista em Terapia por Contingências de Reforçamento - ITCR - Campinas

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