Atividade: Comunicação Oral (Estudo conceitual)

 

EVIDÊNCIAS QUE SUPORTAM A APLICAÇÃO DA PSICOTERAPIA
ANALÍTICA FUNCIONAL (FAP) NO TRATAMENTO DE TRANSTORNO POR USO DE
SUBSTÂNCIAS


 


ALAN SOUZA ARANHA      

Claudia Kami Bastos Oshiro 

USP

A Psicoterapia Analítica Funcional (FAP) vem sendo aplicada a uma ampla gama de quadros clínicos, porém pouco foi estudado sobre sua contribuição para o Transtorno por Uso de Substâncias (TUS). O objetivo desse trabalho é apresentar a FAP como um tratamento adjunto para o TUS e as pesquisas que fortalecem essa perspectiva. A Análise do Comportamento descreve a dependência química como um comportamento operante mantido por antecedentes e consequentes físicos e sociais. Os tratamentos com suporte empírico que compartilham esse quadro filosófico e conceitual buscam manipular contingências de reforçamento para instalar repertórios de fuga-esquiva que não conduzam à recaída e comportamentos que produzam reforçadores positivos alternativos à droga. Por exemplo, na Terapia Comportamental de Casais para Alcoolistas, o psicoterapeuta ensina os cônjuges a: identificar situações de risco que levem a recidiva; reforçar verbalmente o engajamento do dependente em se manter abstêmio; habilidades sociais para prevenir interações aversivas do casal. Também ensina o usuário a emitir respostas de pedir ajuda quando experimentar tendência a recair; ensina ambos a identificarem diariamente comportamentos adequados no companheiro e reforçarem sem esperar a iniciativa do outro; e aumentarem a rede social e as atividades recreativas sem relação com o abuso de drogas. A FAP divide o mesmo referencial teórico das terapias validadas para TUS. A racional da FAP é que, devido à relação com o psicoterapeuta ser de origem social, os comportamentos interpessoais que trazem prejuízo para o cliente poderão se generalizar para a sessão e o psicoterapeuta será capaz de consequenciar esses comportamentos ao vivo, modelando habilidades interpessoais mais efetivas. Caso instâncias de comportamentos-problema funcionalmente semelhantes a repertórios ligados ao abuso de substância ocorrerem em sessão, é possível que o psicoterapeuta possa utilizar essas oportunidades terapêuticas para modelá-los e posteriormente utilizar estratégias de generalização. Serão apresentadas as pesquisas que aplicaram a FAP ao TUS, avaliando seus resultados e limitações.     

Palavras-chave: Dependência de substâncias; Psicoterapia Analítica Funcional; Terapia Comportamental; modelagem; recaída.