Atividade: Sessão coordenada
Desenvolvendo Comportamento de Autocontrole de uma criança por meio da TERAPIA POR contingências DE reforçamento (TCR)
THAIS SAGLIETTI MEIRA BARROS ROCHA
Instituto de Terapia por Contingências de Reforçamento
Os pais de Carlos (08) buscaram psicoterapia para o filho por recomendação da escola, na qual era observado excesso de comportamentos impulsivos, tais como: dificuldade em esperar e em lidar com frustrações; dificuldade no seguimento de regras; agressividade (embora se mostrasse arrependido depois de agredir). Carlos tinha boas relações sociais, e, ainda que querido pelos colegas de classe, estes demonstravam cansaço em relação aos problemas disciplinares dele. Era bom aluno, com bom desempenho em termos de notas. Carlos era filho único, morava com os pais. A mãe participava mais da rotina dele. O pai, apesar de ser uma figura afetiva forte para Carlos, ausentava-se devido a compromissos profissionais. Ao longo do processo psicoterapêutico, foram identificadas algumas características familiares que contribuíam para o fortalecimento dos comportamentos-problema: algumas complicações para saúde de Carlos foram identificadas logo após o nascimento dele, o que exigiu dos pais cuidados especiais, que passaram a consequenciá-lo de forma a favorecer comportamentos impulsivos ao longo dos anos seguintes, tais como: ceder diante de pedidos excessivos e serem pouco contingentes e bastante tolerantes com comportamentos indesejados. A escola também não consequenciava os comportamentos de Carlos de modo apropriado e tinha um relacionamento de pouca parceria com a família. O processo psicoterapêutico se deu por meio de: 1) orientação aos pais – descrição das contingências de reforçamento (CR) em vigor; instrução verbal para procedimentos que promovessem comportamentos mantidos pelo seguimento de regras; atraso de reforçadores e exposição a pequenas frustrações; 2) orientação à escola quanto à consequenciação dos comportamentos de Carlos e na condução do relacionamento com os pais; 3) sessões com Carlos, nas quais foram utilizados procedimentos que envolvessem: atraso de reforço, dro, modelagem de comportamentos incompatíveis com os comportamentos impulsivos, princípio de Premack. Como resultado, a família passou a discriminar seus comportamentos, tornando-os mais contingentes aos de Carlos, que passou a se comportar mais sob controle de regras de modo geral. Carlos também passou a ter menor evidência negativa, tanto na escola com relação aos professores e demais alunos, quanto em outros grupos sociais, o que contribuiu com o aumento de sentimentos positivos em relação à escola e maior participação em eventos sociais promovidos por colegas.
Palavras–chave: terapia com crianças; autocontrole; Terapia por Contingências de Reforçamento (TCR).