Atividade: Sessão coordenada
GAIOLA DE OURO – O DINHEIRO COMO CONTROLE NA VISÃO DA TERAPIA POR CONTINGÊNCIAS DE REFORÇAMENTO (TCR)
RODOLFO
HIPÓLITO
Instituto de Terapia por Contingências de Reforçamento
Fernanda (27), filha de pais separados, administradora de uma empresa familiar, chegou à psicoterapia por causa de um término de relacionamento de dois anos. Outras queixas foram o aumento de peso, a falta de repertório social e o medo de não conseguir outro relacionamento estável. Ao longo das sessões passou a se queixar do controle exercido pelo pai, tanto financeiramente quanto emocionalmente. Por conta desse controle, a cliente tinha dificuldade em produzir e ter acesso a reforçadores positivos. A maior parte do reforço positivo presente na vida da cliente era obtido de forma arbitrária por meio do dinheiro do pai (viagens, carros, passeios, artigos de luxo). O pai da cliente apresentava um padrão de comportamento sensorial e pouco contingente aliado ao uso de punição quando qualquer forma de contracontrole era empregada. Um dos objetivos da terapia foi desenvolver comportamentos de fuga-esquiva desejados, tais como evitar conflitos diretos com o pai (que eram em sua maioria sucedidos por punição); aumento do repertório social, como por exemplo, passar a frequentar ambientes em que o dinheiro não fosse um fator determinante; instalação de comportamentos ligados à saúde (atividade física e acompanhamento nutricional), visando a perda de peso; promover o desenvolvimento da auto-estima e autoconfiança e descrição de contingências de reforçamento (CR) em operação na vida da cliente. Fernanda apresentou melhora temporária em todos os aspectos, mas escolheu não se desvincular do controle coercitivo de seu pai. Por meio desta apresentação pretende-se discutir o manejo de contingências de reforçamento frente a agências de controle, tais quais o dinheiro, e suas dificuldades decorrentes de alterar a submissão a tal tipo de controle.
Palavras–chave: agências de controle; Terapia por Contingências de Reforçamento (TCR); dificuldades no atendimento.