Atividade: Sessão Coordenada

 

VOCÊ TEM MEDO DE QUE? ESTUDO DE CASO EM TERAPIA POR CONTINGÊNCIAS DE REFORÇAMENTO (TCR) SOBRE QUEIXA DE FOBIA DE HOSPITAL E DIFICULDADES DE RELACIONAMENTO SOCIAL

 

DANILA COSER

Instituto de Terapia por Contingências de Reforçamento

  

Maria (32), graduada em Administração, era casada há 9 meses com Adilson (34). A queixa inicial era a dificuldade da cliente em emitir comportamentos de autocontrole em ambientes hospitalares ou em temas e situações que envolvessem conteúdo hospitalar, bem como seu sofrimento por querer ter um filho e não conseguir enfrentar a fobia de hospital. A psicoterapeuta identificou outras dificuldades de Maria: prover reforçamento positivo para pessoas próximas (especialmente para o marido); baixa tolerância à frustração; autorregras rígidas e disfuncionais sobre o relacionamento amoroso e o cuidado com o lar;, déficit no repertório social e dificuldades no relacionamento sexual. A história de contingências de reforçamento (CR) da cliente evidenciou baixa frequência de reforçamento positivo para seus comportamentos, modelos inadequados de tolerância à frustração, interação familiar pobre, limitadas possibilidades de exposição social e relacionamento amoroso baseado em CR negativo e intermitentes.  Os objetivos psicoterapêuticos foram: 1. ajudar a cliente a identificar CR que produziam medo de hospital; 2. Levá-la a discriminar as consequências por não fornecer reforços positivos para pessoas de seu convívio; 3. Instalar comportamentos mais reforçadores em relação ao outro; 4. Desenvolver sensibilidade e flexibilidade nas interações sociais; 5. Refinar repertório social; 6. Alterar autorregras disfuncionais e 7. Modificar interação sexual do casal.  Para alcançar tais objetivos foram utilizadas intervenções com diferentes procedimentos da Análise do Comportamento, tais como: análise e descrição das diferentes CR, instrução verbal (modelação e regras), reforçamento diferencial de comportamentos da cliente, treino comportamental (role-playing), dessensibilização sistemática e questionamento socrático. Os resultados foram: a cliente conseguiu, junto à psicoterapeuta, fazer uma visita ao hospital; discriminou CR que produziam sua fobia; emitiu tentativas de reforçar positivamente comportamentos do marido; aumentou a exposição em situações sociais (especialmente com uma amiga); alterou algumas de suas autorregras disfuncionais; passou a modificar suas interações sexuais com o parceiro (usando mais incrementos) e melhorou a comunicação com o marido.

 

Palavras-chave: fobia de hospital; autocontrole; repertório social pobre; Terapia por Contingências de Reforçamento (TCR).