Atividade: Sessão coordenada
OS 12 TRABALHOS DE HÉRCULES - UM ESTUDO DE CASO EM TERAPIA POR CONTINGENCIAS DE REFORÇAMENTO (TCR)
BRUNA DAIANA FRANCO DE LIMA PAULA
César Augusto Curvello de Mendonça
Instituto de Terapia por Contingências de Reforçamento
O presente estudo tem como objetivo descrever o caso de um cliente que apresentava como queixa inicial a emissão de comportamentos agressivos e a atuação da psicoterapeuta a partir dos pressupostos da Terapia por Contingências de Reforçamento (TCR). Hércules (25 anos) chegou à psicoterapia encaminhado pelo Centro de Referência da Saúde do Trabalhador (CEREST) e se encontrava afastado do trabalho com diagnóstico de hérnia de disco. A queixa de emissão de comportamentos agressivos, em especial direcionada a objetos, era relatada pelo próprio cliente e por sua família. O cliente relatava que, ao não conseguir lidar com situações aversivas, expressava seu desconforto emitindo comportamentos de quebrar objetos, destruir partes de construções dentre outros. Em outras situações relatava que, quando ficava irritado, acreditava que seus próprios estados corporais eram suficientes para que os outros soubessem o que ele estava sentindo. Hércules também demonstrava seguir regras rígidas como forma de evitar o julgamento que acreditava que outros faziam dele. Foi levantada a hipótese de que, ao descrever seus comportamentos, o cliente ficava sob controle de intraverbais e de autorregras sobre eles, fazendo com que emitisse respostas inadequadas, tais como: dificuldade em emitir comportamentos assertivos (exemplo); dificuldade em identificar contingências de reforçamento (CR) e operar em relação a elas (exemplo); dificuldade em diferenciar os comportamentos encobertos dos comportamentos públicos (exemplo) e baixa discriminação do controle exercido pela família sobre ele. Desse modo, foram estabelecidos os seguintes objetivos: levar o cliente a aumentar a emissão de comportamentos assertivos; instalar repertório de discriminação das CRs em operação; construir repertório de discriminação da diferença entre comportamentos públicos e privados, aumentar a discriminação do controle exercido pela família e instalar repertório de contracontrole. Foram utilizados os seguintes materiais e procedimentos: fichas com as palavras “adequado”, “inadequado” e agressivo”; Teste se Discriminação de Comportamento Assertivo, Agressivo e Inassertivo (Jukobowski, 1977), utilizado parcialmente; fornecimento de modelo; identificação e descrição das CRs em operação; análise funcional; descrição das diferenças entre os comportamentos públicos e privados; fading in de análises relacionadas à família. No decorrer do processo psicoterapêutico o cliente melhorou a discriminação sobre seus comportamentos e as consequências dos mesmos, assim como a discriminação das contingências coercitivas em operação e passou a emitir comportamentos mais assertivos e de contracontrole. Desse modo, passou a se esquivar de situações aversivas tanto no trabalho quanto no convívio familiar, e a se comportar de modo a readquirir o controle sobre suas finanças e ter acesso a consequências reforçadoras, tais como adquirir bens e serviços e se manter no trabalho.
Palavras–chave: Terapia por Contingências de Reforçamento (TCR); comportamentos agressivos; comportamentos assertivos; comportamento intraverbal.