Atividade: Palestra

 

 

COMO LIDAR COM DOENÇAS NEGLIGENCIADAS?

 

Patrícia Piazzon Queiroz

Instituto de Análise Aplicada de Comportamento, Campinas, SP

 

Roberto Banaco (2014) fez uma avaliação e definição dos novos padrões de comportamento que a cultura vem produzindo e valorizando. O individualismo impera. O sentimento de isolamento entre as pessoas aumentou. A tecnologia possibilitou maior comunicação, mas também maior solidão e a falta de realidade – todos precisam estar felizes o tempo todo e postando nas redes sociais, não necessariamente sentindo. A felicidade artificial; precisa ser mostrada. Não há o privado. Tudo é publicado. Além disso, muitos padrões de comportamento como: o excesso de trabalho como requisito exigido nas empresas; busca pela juventude eterna com procedimentos, cirurgias e medicações; busca por corpos ‘perfeitos’ ou magrezas da moda; padrões de consumo constantes e infindáveis; auto mutilações com o excesso de tatuagens, piercing etc.; excesso de higienização; busca pela felicidade constante; entre outros. A cultura defende e valoriza padrões que não são saudáveis para seus membros. Isso leva a incessante procura por padrões inatingíveis e sofrimento para mantê-los ou por não alcança-los. Um perfeccionismo que não inexistente.

No consultório lidamos com maior frequência com clientes que apresentam os padrões descritos acima. O terapeuta precisa identificar os déficits e excessos comportamentais de cada um e levar os clientes a identifica-los (conscientização) e alterá-los. Também ajuda-los a identificar os controles culturais que estão produzindo e mantendo tais padrões conseguindo manter as mudanças alcançadas.

Alguns estudos de caso exemplificando a busca desses padrões e o sofrimento envolvido serão discutidos.