Atividade: Palestra
RECURSOS LÚDICOS E JOGOS ESTRUTURADOS NA PSICOTERAPIA COM CRIANÇAS: QUANDO E COMO USÁ-LOS
CYNTHIA BORGES DE MOURA
Universidade Estadual do Oeste do Paraná
O brincar é um comportamento típico da infância. Através do brinquedo e da brincadeira a criança revela como percebe seu ambiente e como interage com ele. O uso do brinquedo e do brincar não é algo novo na intervenção com crianças. Alguns novos recursos lúdicos, assim como a readequação de antigas estratégias, têm se mostrado importantes instrumentos auxiliares no processo de intervenção infantil, por se adaptar ao contexto e à linguagem da criança e por facilitar a ocorrência das mudanças esperadas. Quanto à inclusão dos pais, este tópico tem sido indiscutível para o alcance de resultados satisfatórios para vários tipos de problemas infantis. O objetivo deste trabalho é apresentar estratégias lúdicas formuladas especialmente para uso em intervenções psicoterápicas com crianças e seus pais: 1) o livro infantil “O monstro do problema: Ajudando as crianças a entender a psicoterapia”, um recurso lúdico que auxilia o terapeuta na tarefa de explicar o enquadre terapêutico à criança, o qual contém, além das informações verbais, ilustrações que facilitam a compreensão do que está sendo dito; 2) o jogo “Conversinha” formulado para uso como “quebra-gelo” em intervenções com crianças. Consiste numa brincadeira simples com perguntas para serem sorteadas e respondidas pelos participantes; 3) as duas versões do jogo “Será que conheço você? Jogo terapêutico para pais e filhos”, uma para crianças de sete a dez anos e outra para pré-adolescentes, de dez a quatorze anos. Ambos os jogos contém perguntas sobre o cotidiano, preferências e comportamentos dos pais e da criança. Esses materiais tem se mostrado muito úteis na observação dos padrões de interação afetiva entre pais e filhos, assim como no ensino de respostas afetivas, de contato físico de uma forma lúdica, descontraída e geralmente prazerosa; 4) “Sou não sou”, material lúdico para auxiliar o cliente, seja criança, adolescente ou adulto, a definir metas para o processo terapêutico. Também pode ser usado no processo de autoconhecimento, pois facilita a autodescrição a partir das características apresentadas; 5) “Quase morri de Raiva”: material para aprendizagem da identificação, nomeação e expressão verbal apropriada de emoções e sentimentos a partir da relação destes com situações pictóricas propostas (coisas e lugares); e 6) “O que você sente?” : jogo para reconhecimento das próprias emoções e sentimentos a partir do exercício de exposição imaginária às situações cotidianas propostas. Auxilia também na identificação das emoções evocadas por diferentes eventos do ambiente possibilitando que se trabalhe posteriormente com as modificações possíveis do ambiente ou das próprias respostas para o enfrentamento dos problemas clínicos.
Palavras–chave: Crianças; intervenção; brincar; jogos.