Atividade: Painel

 

O EFEITO DO DÉFICIT DE MODELOS FAMILIARES NO DESENVOLVIMENTO DE REPERTÓRIOS COMPORTAMENTAIS NA INFÂNCIA - UM ESTUDO DE CASO EM TERAPIA POR CONTINGÊNCIAS DE REFORÇAMENTO (TCR)

 

 

VIVIANE ENEAS DOS SANTOS

Janaína W. U. de M. R.Sampaio

Ana Carolina O. Espanha Romeiro

Instituto de Terapia por Contingências de Reforçamento

 

Felipe (07) era filho de Cilene (32) e William (27). Os pais estavam separados há aproximadamente sete anos. Felipe morava com a mãe, tinha uma irmã mais nova por parte de pai, com a qual não tinha contato. Isabel, avó materna, com quem o cliente morava na época, procurou psicoterapia para o neto porque dizia estar preocupada com os comportamentos que o cliente emitia no âmbito social e acadêmico, tais como: medo de ir ao banheiro sozinho, pouca interação com outras crianças e dificuldades para fazer as lições da escola. Também relatava preocupação com a ausência dos pais na vida do neto. Isabel acreditava que a ausência dos pais no desenvolvimento do neto e a dinâmica familiar estavam prejudicando Felipe. O relacionamento de Cilene com o filho era permeado por contingências coercitivas e respostas de fuga-esquiva por parte da mãe. Isabel era uma avó presente, participava de todas as atividades do neto (escola, natação, aniversários). Entretanto, a relação da avó materna com o neto era mantida por esquema de reforço contínuo e não contingente. Felipe, ao longo dos seis anos de sua vida, morou em diferentes lugares e contextos, sem ter uma referência de cuidado, de regras e modelos para desenvolver repertórios comportamentais, tendo como resultantes déficits e excessos comportamentais nas relações afetivas, sociais e acadêmicas, tais como baixa tolerância à frustração, déficits no repertório de brincar, dificuldades de ficar sob controle de regras e amplo repertório de fuga-esquiva. Para obtenção de resultados no processo psicoterapêutico de Felipe, foram realizados procedimentos de instruções verbais; modelação; descrição de Contingências de Reforçamento (CR); reforço contingente, extinção e sessões de orientação com a mãe e avó materna. A partir das intervenções com a criança foi possível observar que Felipe ampliou o repertório de brincar, passou a emitir respostas mais adequadas durante as sessões, diminuindo comportamentos de fuga-esquiva, também passou a responder mais sob controle de regras e lidar com situações de frustrações de maneira mais adequada.

 

Palavras-chave: Terapia por Contingências de Reforçamento (TCR); baixa tolerância à frustração; fuga-esquiva.