Atividade: Painel (Pesquisa experimental básica


PROCEDIMENTO DE ENSINO POR EXCLUSÃO E CONTRASTE NA APRENDIZAGEM DE NOVOS ADJETIVOS
 

ALANA C. D. BRUNINI MALERBO

Andréia Schmidt

Universidade de São Paulo

Estudos sobre o responder por exclusão e o contraste linguístico referencial sugerem que estes processos estão envolvidos na aprendizagem de novas palavras. Esse estudo objetivou comparar a aprendizagem de adjetivos, por crianças com e sem deficiência intelectual, em duas condições de ensino. Participaram 20 crianças, dez com desenvolvimento típico (cinco a seis anos) e dez com diagnóstico de deficiência intelectual (oito a 13 anos), todas com nível de vocabulário entre cinco e seis anos. Os estímulos utilizados foram palavras ditadas (nomes de diferentes texturas) e estímulos táteis (objetos confeccionados com diferentes texturas, referentes aos nomes ditados). O procedimento tinha quatro fases. Durante a primeira investigou se os participantes conheciam os nomes de texturas familiares (áspero e liso) – linha de base. Na segunda fase, foram ensinadas quatro palavras desconhecidas em duas condições. Na primeira, duas texturas (rugoso e aveludado) eram ensinadas em um procedimento de exclusão padrão (EP), sendo os estímulos de comparação uma textura conhecida e outra desconhecida. Na segunda condição, outras texturas (listado e flocado) eram ensinadas com o uso de contraste linguístico referencial (CL). O bloco de ensino tinha seis tentativas reforçadas (duas para cada palavra nova); em seguida, apresentava-se um bloco de sondagem de aprendizagem com seis tentativas (duas tentativas não reforçadas para cada palavra). O critério de aprendizagem era 100% de acertos no bloco de sondas; blocos de ensino eram conduzidos, até se atingir esse critério. Uma semana após, eram conduzidas sondas de manutenção dos adjetivos ensinados na primeira condição de ensino, e conduzia a segunda condição, nos mesmos moldes da primeira. Na terceira fase, sondas de aprendizagem com estímulos de generalização - SAG (objetos diferentes com as mesmas texturas ensinadas) eram realizadas, bem como sondas de nomeação, apresentando-se os seis cilindros com as diferentes texturas. Ambos os grupos apresentaram desempenho similar: na Condição CL, os participantes precisaram, em média, de um bloco de ensino para atingir o critério de aprendizagem; na Condição EP precisaram de, em média, dois blocos. Nas sondas de manutenção o desempenho dos participantes após a Condição EP foi melhor, possivelmente em decorrência do maior número de exposições às palavras ensinadas. Nas SAG os participantes acertaram pelo menos duas palavras e nomearam, em média, duas texturas. Conclui-se que a Condição CL favoreceu a aprendizagem das palavras novas, porém, a exposição mínima dificultou a manutenção dessa aprendizagem.

Palavras-chave: Responder por exclusão; contraste linguístico; aprendizagem de adjetivos; crianças.