Atividade: Mesa Redonda

 

FAP: Psicoterapia ou técnica Comportamental?

 

 

FAP - ENTRE MODELO TEÓRICO E TÉCNICA CLÍNICA

 

LUC VANDENBERGHE

Pontifícia Universidade Católica de Goiás

 

A Psicoterapia Analítica Funcional conheceu, desde as primeiras publicações dedicadas a essa abordagem clínica, um desenvolvimento marcante. A versão original, já divulgado no Brasil durante a década de 1980, possui uma ligação estreita com a visão behaviorista radical acerca de relações interpessoais e o sentido de sentimentos. Essa ‘FAP das cinco regras’ está baseada no modelo operante e explora os detalhes da obra skinneriana a respeito do comportamento verbal. Durante a década de 1990, diferentes escolas de pensamento se desenvolveram, cada uma com suas ênfases, incluindo a escola de Reno, a de Milwaukee e a de Seattle, uma mantendo uma ligação mais estreita com o jargão operante e a ideologia comportamentalista que a outra. A década seguinte, uma nova perspectiva emergiu gradualmente dos esforços de diferentes grupos de tornar o processo clínico da FAP objetivo e de conquistar o status de terapia baseado em evidências. Para isso, pesquisadores desenvolveram mapas topográficos do tratamento, elaborando regras e sequências de atuação que tornam a lógica da FAP explícitos. Essas se consolidaram no modelo da ‘FAP dos 12 passos’.  Apesar desse segundo modelo ser adotado amplamente para pesquisa de eficácia e treino de novos terapeutas, uma terceira visão a respeito da FAP alcançou maior divulgação na literatura. Trata se da ‘FAP de awareness, amor e coragem’, um modelo tecnicamente eclético sustentado por uma visão explicitamente vivencial do processo psicoterápico. A pergunta se a FAP deve ser compreendida como um modelo psicoterápico ou uma técnica comportamental deve ser respondido de modo diferente, dependendo qual das três formas de FAP está sendo visada.

 

Palavras chave: Modelo psicoterápico; técnica comportamental; FAP.