Atividade: Curso
AUTOCONHECIMENTO NO BEHAVIORISMO RADICAL
ALEXANDRE DITTRICH
Universidade Federal do Paraná
Autoconhecimento costuma ser entendido como um exercício de introspecção, de conhecimento de nosso mundo privado. Essa forma de compreensão reproduz uma longa tradição cultural, que confere ao conhecimento daquilo que é “interno” um lugar de destaque. Via de regra espera-se da própria Psicologia, enquanto ciência, que se ocupe especialmente do conhecimento do mundo privado das pessoas. Para o behaviorismo radical, a atenção dispensada ao mundo privado não constitui um problema, desde que fiquem claras as relações funcionais entre eventos privados e eventos públicos, e que a tarefa do psicólogo não seja limitada a investigar eventos privados. Autoconhecer-se significa, para o behaviorismo radical, descrever-se como uma pessoa que se comporta sob controle de diversas variáveis, identificáveis em três níveis de seleção do comportamento por suas consequências: filogenético, ontogenético e cultural. Para isso, precisamos ser capazes de identificar e descrever nossas respostas (públicas e privadas) e as variáveis (públicas e privadas) das quais são função. Autoconhecimento, nesse sentido, nunca é um exercício que se realize de maneira completa, dada quantidade e complexidade das variáveis que controlam nosso comportamento. Contudo, é possível autoconhecer-se em diferentes graus – e pode-se afirmar que uma das principais tarefas das psicoterapias analítico-comportamentais é aumentar tanto quanto possível as respostas de autoconhecimento dos clientes. O autoconhecimento é pré-requisito para o autocontrole – este sendo, frequentemente, um objetivo importante das psicoterapias analítico-comportamentais. O presente curso visa capacitar seus participantes a (1) explicar o autoconhecimento de um ponto de vista behaviorista radical e (2) identificar situações cotidianas que exemplificam o desenvolvimento do autoconhecimento.
Palavras-chave: Autoconhecimento; autocontrole; seleção por consequências.