Atividade: Comunicação Oral (Pesquisa experimental aplicada)
ESTUDO EXPERIMENTAL SOBRE OS EFEITOS DE METÁFORAS DISTINTAS COMO CONTROLE DE ESTÍMULOS
SIDINEI ROLIM
InterAnálise Clínica Jundiaí; IP-USP; Pitágoras Jundiaí/SP
Maria Martha Costa Hübner
IP-USP
O presente trabalho apresenta um estudo experimental do comportamento verbal metafórico e verifica seus efeitos sobre respostas verbais subsequentes de 25 participantes universitários. Foi proposta uma investigação do controle de estímulos em antecedentes verbais metafóricos (“fera” e “vírus”) presentes num texto lido pelos participantes. O experimento foi arranjado, sob a hipótese de que os participantes tenderiam para medidas preventivas, se lessem o texto informativo com o tato metafórico da “violência” comparada a um “vírus”, ou para medidas corretivas, se lessem o mesmo texto informativo com o tato metafórico da “violência” comparada a uma “fera”. Os participantes, individualmente, realizaram o mesmo protocolo de tarefas solicitadas na Linha de Base e na Condição Experimental. Este protocolo envolveu quatro tarefas, a saber (1) leitura de um texto informativo (2) escolha de alternativa – preventiva ou corretiva – para solução de problemas sociais, como “fome” na Linha de Base e “violência” na Condição Experimental, (3) indicação de trecho do texto que o participante “supôs que o influenciou” para realização da tarefa anterior e (4) emissão de comportamento intraverbal, ou seja, contar sobre o texto informativo lido na primeira tarefa para uma pessoa desconhecida, que veria virtualmente; sendo que para maior rigor metodológico, embora o participante não fosse informado, as imagens da pessoa desconhecida foram filmadas antecipadamente para que esta variável não exercesse controle diferenciado sobre o desempenho dos diferentes participantes. Na Condição Experimental, os participantes de cada grupo tiveram contato com informação apresentada por meio de metáforas distintas (grupo G-I e grupo G-II), sem metáfora (grupo G-III) e com estímulos arbitrários (palavra sem sentidos) comparados a metáforas distintas (grupo G-IV e grupo G-V). O experimento trouxe dados instigantes entre os grupos experimentais, visto que os participantes do grupo (a) G-I replicaram os dados de estudos anteriores em apenas 20% das respostas dos participantes, (b) G-II mantiveram controle verbal em 80% das respostas verbais subsequentes, ao assinalarem por medidas preventivas diante da metáfora “vírus”, (c) G-III mostrou uma prevalência dos participantes por medidas preventivas, visto que todos responderam por esta alternativa, (d) G-IV replicaram os dados de pesquisas anteriores mantendo uma relação entre o tato metafórico “fera” para 60% respostas verbais subsequentes com medidas corretivas, enquanto que (e) G-V estabeleceram o controle verbal metafórico sobre 100% das respostas verbais subsequentes com medidas preventivas. Na discussão de dados, são tecidas considerações acerca do desempenho dos participantes por grupo ressaltando (1) história de vida e história experimental, (2) contextos atuais e culturais presentes na vida dos participantes, (3) estabelecimento do controle de estímulos pelo tato metafórico, (4) comparativos entre os grupos, entre outras variáveis relevantes. Os achados mostram a pertinência de novos estudos no campo experimental para a temática.
Palavras-chave: metáforas; controle de estímulos; antecedentes verbais; tato metafórico.