Atividade: Comunicação oral (Outra classe: Translacional)

 

ENSINO DE RELAÇÕES ARBITRÁRIAS PARA IDOSOS COM COMPROMETIMENTO COGNITIVO

 

MARIANA DUCATTI

Andréia Schmidt       
Universidade de São Paulo

 

O comprometimento cognitivo (CC) e a Demência de Alzheimer (DA) afetam principalmente a memória e a linguagem de idosos. A Análise do Comportamento tem se dedicado ao estudo desta população, propondo intervenções para as dificuldades apresentadas. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de um procedimento de dica atrasada e ensino por exclusão na aprendizagem de relações arbitrárias e formação de classes equivalentes em idosos com CC e DA. Participaram deste estudo quatro mulheres, institucionalizadas, com idade em 75 e 85 anos. Todas as participantes demonstraram CC segundo o Mini-Exame do Estado Mental , sendo que duas participantes ainda tinham o diagnóstico de DA. Foram ensinadas, a partir da estrutura um-para-muitos, associada ao procedimento de dica atrasada e procedimento de exclusão, três classes de estímulos visuais (foto, nome e profissão), com três estímulos em cada classe. Os estímulos faziam referência às funcionárias que trabalhavam na instituição, não reconhecidas pelas participantes, e apresentados por meio de um computador. As consequências para acertos e erros foram apresentadas pela pesquisadora. O procedimento de ensino foi dividido em quatro etapas, sendo que na Etapa 1 foi verificado se as idosas não sabiam as informações ensinadas; na Etapa 2 foram ensinadas as relações:10 tentativas da relação A1B1, seguidas de 10 tentativas de A2B2, com B1 e B2 como estímulo de comparação; nas quais o S- permanecia na tela por um tempo cada vez maior, evitando que a idosa o selecionasse sem o exame do estímulo de comparação correto (dica atrasada). A relação A3B3 também foi ensinada pela inserção gradual dos estímulos e com permanência pré-determinada do S-. O procedimento encerrou-se com um bloco de linha de base cheia (LBC) reforçada, um bloco de LBC em extinção e um de simetria. O ensino AC foi realizado da mesma maneira. Na Etapa 3, foram realizados os testes de LBC em extinção com todas as relações ensinadas e mais sondas de Equivalência; e na Etapa 4 foram realizados os teste de manutenção, que ocorreram cinco e oito dias após a Etapa 3. Todas as idosas aprenderam as relações arbitrárias com o número mínimo de blocos. Observou-se uma instabilidade no desempenho delas na LBC completa em extinção, e desempenhos abaixo de 70% nas sondas de formação e manutenção das classes de equivalência, para três idosas. Os procedimentos utilizados facilitaram a aprendizagem das relações condicionais pelas idosas, contudo, não sustentaram a formação de equivalência.

 

Palavras-chave: idosos; Demência de Alzheimer; responder por exclusão; dica atrasada; equivalência de estímulos.