Atividade: Comunicação oral (Estudo de caso Clínico)

 

ESTUDO DE CASO CLÍNICO EM TERAPIA POR CONTINGENCIAS DE REFORÇAMENTO (TCR): EMISSÃO DE COMPORTAMENTOS INADEQUADOS COM A FUNÇÃO DE PRODUZIR ATENÇÃO

 

GIULIANA INOCENTE

Instituto de Terapia por Contingências de Reforçamento

Carlos Alberto Furiatto Esteves

Núcleo de Terapia por Contingências de Reforçamento Curitiba

 

A cliente Olívia tinha 19 anos de idade e cursava o ensino superior. Morava com sua mãe e irmão (31); o pai mudou-se de estado para morar com outra família quando a cliente nasceu. Há um ano do início do atendimento, o pai da cliente havia retornado e tentado se aproximar da cliente. Olívia chegou à psicoterapia por encaminhamento da psicoterapeuta da mãe. Olívia foi abusada sexualmente aos 6 anos por um vizinho. Era homoafetiva e contou para a sua mãe quando tinha 14 anos, seu irmão também era homoafetivo e quando se assumiu, de acordo com a cliente: “minha mãe não aguentou e entrou para a psicoterapia”. A cliente frequentava uma religião e dizia não se sentir bem lá, “parece que é uma obrigação eu ir todo domingo”. A princípio a cliente dizia ter procurado a psicoterapia por obrigação, na terceira sessão observou que realmente precisava mudar “eu vi que eu preciso de mudança né, se eu ficar do jeito que eu ficava, sem ter a ajuda de alguém, em uma das minhas crises eu tenho certeza que eu vou embora [remetendo-se ao suicídio]...”, embora não identificasse o que era necessário mudar. Foi observado que a cliente apresentava um padrão de comportamentos indesejados que produziam a atenção da mãe e das amigas. Neste padrão, estavam: comportamento de automutilação (cortar-se, arranhar-se, bater em si mesma), relato excessivo e exagerado de doenças, comportamentos de isolamento (por exemplo, Olívia se trancava no quarto e colocava em som alto músicas tristes), postava frases e textos nas redes sociais, apresentava relato de planejamento e vontade suicidas, etc. As amigas da cliente também apresentavam padrão semelhante. Os objetivos do processo psicoterapêutico foram levar a cliente a identificar a função dos comportamentos que emitia, diminuir a frequência dos comportamentos indesejados e fortalecer os desejados. Os procedimentos utilizados foram análises funcionais e descrição das CR em operação, reforçamento diferencial de outros comportamentos, como por exemplo falar de viagens, de quadros artísticos que a cliente gostava, do trabalho, de autocuidado e qualquer outro relato oposto àqueles. Os resultados obtidos até então obtidos foram: diminuição significativa na frequência do relato de doenças, automutilação e intenção/ideação suicida em sessão, aumento de interações sociais, maior autopercepção e autoconhecimento.

 

Palavras-chave: Terapia de Contingência de Reforçamento (TCR); automutilação; reforçamento diferencial de outros comportamentos.