Atividade: Comunicação Oral (Estudo de caso clínico)
“REGRAS? VOU DORMIR!”: ESTUDO DE CASO EM TERAPIA POR CONTINGÊNCIAS DE REFORÇAMENTO (TCR)
GISELE DIAS MACHADO BUENO
Clínica Particular
Priscila M. L. Ribeiro Manzoli
Instituto de Terapia por Contingências de Reforçamento
Guto (14), filho único, cursava o 8º ano do Ensino Fundamental em escola particular. Os pais eram empresários. A mãe procurou terapia queixando-se que o filho era muito preguiçoso, que no período em que não estava na escola só dormia e que era preciso exigir para que fizesse suas atividades e obrigações, tais como as tarefas escolares, ir para aula de música, catequese, aula de inglês e informática. Guto queixava-se que a mãe nunca o escutava e não o entendia e que o pai era bravo. Relatou que sentia raiva porque os pais não tinham tempo para ficar com ele. Os pais de Guto eram casados havia 17 anos. A mãe relatou que cuidou de Guto sozinha e que o menino tinha pouco contato com o pai. Tudo que dizia respeito ao cliente era responsabilidade dela. A mãe exigia um bom desempenho na escola, que Guto cumprisse horários e não faltasse aos compromissos, mas tinha dificuldades para consequenciar de forma eficiente quando o menino não se comportava de acordo com o esperado. O cliente apresentava dificuldades para seguir regras e instruções, para discriminar sentimentos, déficit no repertório de interação social e resistência para realizar atividades com custo de respostas alto em comparação àquelas que estava acostumado a fazer. Era carinhoso com os pais e relatava que gostava de estar com eles. Os objetivos do processo psicoterapêutico foram: 1) desenvolver repertório de engajamento em tarefas pouco reforçadoras; 2) ampliar repertório de discriminação de sentimentos; 3) colocar o cliente sob controle das CR em operação; d) ampliar o relacionamento do cliente com o pai, favorecendo assim um equilíbrio na interação familiar. Para isso, foram utilizados procedimentos como instrução verbal, descrição das CR em operação, orientação aos pais, treino de discriminação de sentimentos. Os resultados incluíram: emissão de comportamentos de ajuda na empresa dos pais, engajamento em exercícios físicos e ampliação do repertório de discriminação dos próprios sentimentos. O cliente ainda apresentava dificuldades para se comportar sob controle de regras impostas e se engajar em atividades que não eram reforçadoras.
Palavras-chave: Terapia por Contingências de Reforçamento (TCR); déficit no repertório social; comportamento governado por regras.