Atividade: Comunicação Oral (Estudo conceitual)


VIOLÊNCIA NAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS: UM EXAME DE CONTINGÊNCIAS DE REFORÇAMENTO CULTURAIS CONTEMPORÂNEAS

 

FELIPE MELO SOUZA SANTOS
Faculdade Ruy Barbosa

 

Esta comunicação  tem por objetivo propor e discutir o conceito de "violência" em uma perspectiva da Análise do Comportamento (AC) a partir do exame de práticas culturais contemporâneas. Além disso, esta discussão busca fornecer subsídios para a construção de uma clínica da AC que elabore estratégias culturalmente situadas para intervenção em relações interpessoais violentas. A violência é frequentemente vista como um fenômeno importante. É pauta diária dos jornais, telejornais e na internet. As pessoas conversam sobre o tema e têm opiniões formadas sobre o assunto  e é difícil passar despercebido pela temática. Apesar de ser um tema recorrente, a violência é um conceito de difícil circunscrição, pois cada área dos saberes humanos a interpreta de uma forma e estas formas nem sempre convergem. É tomado como base uma breve operacionalização da violência elaborada por Hannah Arendt em seu ensaio Da Violência (1969/1970) e autores da A.C. que versam sobre a cultura contemporânea e complexidade, buscando estabelecer uma relação entre a formação da subjetividade contemporânea e a violência nas relações interpessoais como um fenômeno complexo, qualitativamente diferente de outras formas de violência sistematicamente descritas por entidades como a Organização Mundial da Saúde. Tourinho deu base para as interpretações de comportamentos complexos como dados num continuum entre três níveis de seleção e variação: a) a história genética, chamada de filogênese; b) a história de vida do sujeito, chamada de ontogênese e c) as influências da cultura. A partir desta proposta, traça-se um paralelo com o que a teórica da modernidade e contemporaneidade, Hannah Arendt, elaborou sobre a violência: para ela, a violência é um fenômeno puramente humano, fruto da racionalização, termo interpretado aqui como parte de uma teia de relações verbais que o sujeito constrói na relação com o mundo em que vive. A esta proposta, compara-se com o que modernos teóricos têm a dizer sobre o comportamento verbal e a responsabilidade que lhe é atribuída na alteração da função dos estímulos envolvidos na violência como uma manifestação cultural, bem como a construção de valores como uma forma de enfrentamento de formais mais sutis da violência contemporânea. A pesquisa tem demonstrado que utilizar os constructos arendtianos para uma análise operacional da violência, aplicados a relacionamentos interpessoais, podem fornecer uma boa base para a interpretação e contracontrole do fenômeno.

 

Palavras-chave: violência; contemporaneidade; Análise do Comportamento; subjetividade; cultura.