Atividade: Comunicação oral (Estudo de caso clínico)
A INFLUÊNCIA DA MÍDIA NO RELACIONAMENTO DO CASAL – CONTRIBUIÇÕES DA PSICOTERAPIA ANALÍTICO-COMPORTAMENTAL PARA INTERVENÇÕES PSICOTERAPÊUTICAS
DENISE LETTIERI MORAES
Consultório particular
Grande parte dos casais que buscam psicoterapia o faz sob controle de queixas de interações empobrecidas e pouco reforçadoras. É importante pensar que isso pode ser fruto de conflitos advindos de confrontos entre velhas e novas regras resultante das várias mudanças sociais. A mídia tem um importante papel na difusão desses valores e regras. Buscar, como analistas do comportamento, ser críticos no que se refere aos possíveis efeitos da mídia em relacionamentos amorosos e no casamento passa a ser determinante para ajudar os casais que procuram psicoterapia. O presente trabalho teve como objetivo o relato de intervenções de um atendimento de casal realizado em consultório particular, visando analisar a influência das mídias na vida desse casal e construir extrapolações e modelos para outros atendimentos. A mídia, ao estipular regras, especifica o comportamento a ser emitido, suas condições e prováveis consequências. Por isso, estabelecer relações entre as regras, modelos apresentados pelas mídias e os padrões comportamentais atuais presentes ou desejados entre os pares em psicoterapia, irá possibilitar levantar hipóteses e produzir análises funcionais que ajudará o psicoterapeuta intervir nos conflitos. Nas práticas culturais da sociedade atual, são muitos os dilemas e regras produzidos pela mídia, assim como são frequentes diversos mitos sobre relacionamentos amorosos, como: do príncipe encantado; da alma gêmea; do amor à primeira vista, entre outros. Algumas regras sobre relacionamentos podem aumentar a probabilidade de emissão de comportamentos “disfuncionais” e os desajustes conjugais podem estar relacionados às expectativas irreais e às exigências exageradas mantidas por cada cônjuge acerca do casamento. Assim, uma hipótese levantada na psicoterapia é que um dos motivos que pôde ter impedido esse casal de viver ou manter um relacionamento amoroso reforçador é o fato de estarem apoiados em regras construídas por conteúdos idealizados em modelos perfeitos de interação, buscando o relacionamento de contos de fadas. No caso desse casal, essas regras, além de restringirem sua variabilidade comportamental, reduziram a sensibilidade dos comportamentos às contingências de reforçamento (CR) em vigor. O que acontece também, é que muitos casais quando se deparam com o seu cotidiano e todas as contingências aversivas que compõem as interações estabelecidas entre eles, atribuem responsabilidade do distanciamento emocional e brigas ao fato de terem se relacionado, por exemplo, com o “príncipe” errado, ao invés de refletir sobre como podem crescer com as adversidades. Trabalhar e investigar essas hipóteses em terapia tem grandes chances de produzir resultados clínicos significativos, agregando tanto qualidade na intimidade quanto aumentando o valor do vínculo emocional construído pelo pares.
Palavras-chave: mídia; prática clínica; intervenção.