Atividade: Comunicação Oral (Estudo de caso clínico)

 

A RESISTÊNCIA DO CLIENTE EM UM PROCESSO PSICOTERAPÊUTICO SOB A PERSPECTIVA DA TERAPIA POR CONTINGÊNCIAS DE REFORÇAMENTO (TCR)

 

 

CRISTINA MARQUES GONTIJO

Instituto de Terapia por Contingências de Reforçamento

Luciana Leão Moreira

Núcleo de Terapia por Contingências de Reforçamento de Belo Horizonte

 

A resistência do cliente a mudanças é bastante comum durante o processo psicoterapêutico e pode aparecer com topografias bastante distintas. A resistência é uma forma de relação de controle e contracontrole entre cliente e psicoterapeuta. Comportamentos do cliente com função de fuga-esquiva, extinção ou de punição aos comportamentos do psicoterapeuta foram consideradas como tentativas de exercer contracontrole em sessão. No presente trabalho, a resistência do cliente a mudanças foi significativa. O cliente Diogo, 23 anos, relatou como queixas iniciais: ansiedade e não conseguir permanecer nos empregos. Ele passou por uma história de Contingências de Reforçamento (CR) aversivas, tais como: exigência da mãe para que o cliente cuidasse do pai doente, realizasse os afazeres domésticos, conseguisse um emprego. Em consequência desta história de CR, o cliente apresentou: a) excessos de respostas sob controle de reforçadores imediatos b) baixa variabilidade comportamental; c) excesso de comportamentos governados por regras e d) excesso de comportamentos de fuga-esquiva. O cliente emitiu os seguintes comportamentos ao longo do processo psicoterapêutico, caracterizados como resistência a mudança: a) relatos pouco descritivos, confusos e contraditórios; b) não apresentar queixas de forma direta, e quando o fazia, dizia ser um problema já resolvido; c) concordar sempre com a terapeuta, não emitindo opinião própria. Sob controle desses comportamentos do cliente, foram empregados os seguintes procedimentos: a) reforçamento diferencial de comportamentos de relatar dificuldades; b) modelagem de um relato mais claro e mais descritivo; c) analisar junto com o cliente seus padrões de comportamento; d) escutar as queixas e dificuldades sem punir. Alguns dos resultados obtidos foram: desenvolvimento do relato do cliente, com maior clareza e detalhamento; maior espontaneidade nas sessões, apresentação de dificuldades e análises das contingências de reforçamento (CR) que operavam em sua vida. Por fim, discute-se as formas mais eficazes de intervenção para diminuir a resistência a mudança durante o processo psicoterapêutico.

 

Palavras-chave: resistência à mudança; processo psicoterapêutico; contracontrole; comportamentos de fuga-esquiva; Terapia por Contingências de Reforçamento (TCR).