Atividade: Comunicação oral (Estudo de caso clínico)
“EU FICO TENTANDO EVITAR O SOFRIMENTO DAS PESSOAS AO MEU REDOR” - EXCESSO DE CONTROLE E ANSIEDADE: ESTUDO DE CASO EM TERAPIA POR CONTINGÊNCIAS DE REFORÇAMENTO (TCR)
CRISTINA REZENDE CARVALHO CASTILHO
Instituto de Terapia por Contingências de Reforçamento
Luciana Leão Moreira
Núcleo de Terapia por Contingências de Reforçamento de Belo Horizonte
Arlete (54 anos) era casada há 37 anos com Augusto, formada em Serviço Social, tinha três filhos e quatro netos; sendo que uma filha e dois netos residiam com ela. Apresentou como queixa principal que sofria em função de tentar evitar o sofrimento das pessoas. E, por consequência, apresentava comportamentos indicativos de ansiedade que, inclusive, lhe gerava alguns problemas físicos. A cliente sentia-se preterida em relação aos seus quatro irmãos e estabeleceu uma autorregra que, quando formasse sua família e tivesse seus filhos, iria educá-los de maneira diferente. Assim, ao longo da vida, Arlete foi construindo seu repertório de regras, as quais esperava que controlassem também o comportamento de seus familiares,. Isto levava a cliente a se comportar no sentido de controlar as decisões e os comportamentos dos filhos, em especial de sua filha. Durante o processo psicoterapêutico, por muitas vezes, afirmava que o tempo que possui não é suficiente para todas as funções. Além disso, verbalizava que todas as atividades eram prioridade e mereciam dedicação, tais como: cuidar do marido, dos netos, corrigir e auxiliar no amadurecimento de sua filha, atividades do trabalho profissional e, ainda, dividir os cuidados de sua mãe, que estava com Alzheimer, com suas irmãs. A cliente apresentava um padrão comportamental bastante rígido, com excesso de regras e autorregras e um alto nível de exigência não somente com os outros, mas, principalmente, com ela mesma. Apesar de a cliente apresentar algumas mudanças comportamentais durante o processo psicoterapêutico e, com isso, produzir alívio de suas queixas iniciais, além de sua adesão ao processo psicoterapêutico, a cliente não conseguiu atingir alguns objetivos do processo psicoterapêutico, tais como desenvolver alguns comportamentos que pudessem produzir outros reforçadores. A cliente se comportava na maior parte do tempo por reforçamento negativo, evitando que algo de ruim acontecesse com ela ou com as pessoas à sua volta, principalmente filhos e netos. No entanto, apresentava dificuldade para variar e flexibilizar seu comportamento, e encontrar novas fontes de reforço positivo em sua vida. Um dos objetivos do processo psicoterapêutico, dentre outras modificações, foi tornar a cliente mais sensível às contingências de reforçamento (CR) em operação ser menos governada por regras, além de ajudar a cliente a identificar as consequências do seu próprio comportamento sobre a vida de seus filhos principalmente.
Palavras-chave: comportamento governado por regras; resistência a mudanças; Terapia por Contingências de Reforçamento (TCR).